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Republicanos iniciam convenção em busca de uma virada para Trump

Em desvantagem nas pesquisas, o presidente terá sua candidatura formalizada em evento com número reduzido de participantes devido à pandemia

Donald Trump (Leah Millis/Reuters)

Donald Trump (Leah Millis/Reuters)

O presidente Donald Trump será a estrela da convenção do Partido Republicano, que começa nesta segunda-feira (24) e vai durar quatro dias. O evento formalizará o nome de Trump para concorrer a um segundo mandato na eleição de 3 novembro.

Não será exatamente do jeito que o presidente americano gostaria – um evento grandioso como o da eleição de 2016, quando reuniu mais de 2.400 pessoas. Ainda assim, a festa republicana deverá provocar mais burburinho do que a convenção inteiramente virtual que oficializou a candidatura do democrata Joe Biden, na semana passada. Hoje, 300 delegados dos 50 estados americanos estarão no Centro de Convenções de Charlotte, na Carolina do Norte, para a votação nominal que indicará Trump e seu vice, Mike Pence.

A convenção republicana será transmitida pela TV e por meio de redes sociais como Facebook, Twitter e Youtube. Por um momento, o Comitê Nacional Republicano chegou a retirar o evento da cidade de Charlotte, uma vez que o governo do estado da Carolina do Norte, que é comandado por um democrata, não concordou com as exigências de Trump de permitir a presença de uma multidão na convenção, sem a obrigatoriedade de manter o distanciamento social e usar coberturas faciais para prevenir a propagação da covid-19. A convenção foi então transferida para Jacksonville, na Flórida, mas os republicanos tiveram de recuar diante do aumento explosivo de casos de coronavírus nesse estado no sul dos Estados Unidos.

A convenção republicana terá forte presença de membros da família do presidente. A primeira-dama, Melania Trump, deverá fazer um discurso na terça-feira em meio ao jardim de rosas da Casa Branca. Melania tentará apagar da memória dos americanos o vexame de 2016, quando foi acusada de plagiar trechos inteiros do discurso feito por Michelle Obama, mulher do democrata Barack Obama, em 2008. Ao longo da convenção, estão previstos também discursos de Eric (filho), Tiffany (filha), Ivanka (filha) e Lara Trump (nora).

Na lista de oradores, alguns nomes chamam a atenção, como o do empresário Dana White, presidente da Ultimate Fighting Championship (UFC). Outra pessoa escalada para falar é Alice Johnson, uma mulher de 65 anos condenada à prisão perpétua por envolvimento com o tráfico de drogas e que recebeu perdão do presidente Trump. Está previsto um discurso também de Mark e Patricia McCloskey, um casal de St. Louis que viralizou na internet ao ameaçar com armas de fogo um grupo de manifestantes que protestava contra a morte do negro George Floyd na cidade de Minneapolis, em maio deste ano.

Trump precisará muito mais do que o apoio da família e de um grupo de simpatizantes para reverter as pesquisas eleitorais. De acordo com a mais recente média de pesquisas em nível nacional compiladas pelo site FiveThirtyEight, Biden tem 51% da preferência dos eleitores, ante 42% para Trump. A revista The Economist, que tem um modelo estatístico próprio para fazer prognósticos eleitorais, dá a Biden 88% de chances de se tornar presidente em novembro, ante apenas 12% para Trump.

No colégio eleitoral (nos Estados Unidos, a eleição é indireta), a revista britânica prevê 343 delegados para Biden, ante 195 para Trump. Para chegar à Casa Branca, são necessários os votos de ao menos 270 delegados.

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