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Republicanos confiam em Romney para derrotar Obama

Os delegados presentes na Convenção Republicana anunciaram, estado por estado, seus votos e deram uma maioria arrasadora ao ex-governador de Massachusetts


	Romney obteve 2.061 delegados, frente aos 190 de Ron Paul, o único rival que até o último momento lhe negou seu apoio
 (Jewel Samad/AFP)

Romney obteve 2.061 delegados, frente aos 190 de Ron Paul, o único rival que até o último momento lhe negou seu apoio (Jewel Samad/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2012 às 21h35.

Tampa - Mitt Romney, um homem de sucesso em sua trajetória empresarial e política, foi escolhido oficialmente nesta terça-feira pelo Partido Republicano como seu candidato à presidência dos Estados Unidos nas eleições do próximo dia 6 de novembro, quando enfrentará o democrata Barack Obama.

Os delegados presentes na Convenção Republicana anunciaram, estado por estado, seus votos e deram uma maioria arrasadora ao ex-governador de Massachusetts, assim como a seu candidato à vice-presidência, o congressista do Wisconsin, Paul Ryan.

Na apuração final, Romney obteve 2.061 delegados, frente aos 190 de Ron Paul, o único rival que até o último momento lhe negou seu apoio.

Romney, de 56 anos, vê realizado o sonho de conseguir a nomeação, após fracassar em 2008 e ter precisado superar desta vez uma longa campanha de primárias na qual enfrentou uma dezena de rivais dentro do partido.

Está previsto que Romney discurse na convenção na quinta-feira para aceitar oficialmente a indicação e expor sua estratégia para devolver a Casa Branca aos republicanos.

Ao longo do dia de hoje, os participantes da Convenção Republicana destacaram a necessidade de derrotar o presidente Barack Obama, um político que não é apto, segundo os conservadores, para regular a economia.

''Nunca dirigiu uma empresa. Nem sequer trabalhou em um mercadinho ou em barraquinha para vender limonada'', disse o presidente do partido, Reince Priebus, em alusão a Obama.


Romney se apresenta perante o eleitorado como um gerente bem-sucedido, que fundou e administrou com sucesso a firma de investimentos Bain Capital, salvou da quebra os Jogos Olímpicos de Inverno realizados em Salt Lake City em 2002 e governou o estado de Massachusetts, onde reduziu o déficit e instaurou um sistema de cobertura médica que inspirou o próprio Obama.

Com fama de moderado, por seu talento e sua experiência de governo em Massachusetts, um dos estados mais liberais dos EUA, Romney radicalizou seu discurso para ganhar o respaldo dos setores mais conservadores, que o seguem vendo com receio.

A escolha do jovem congressista Paul Ryan, um radical do conservadorismo fiscal, foi interpretada como uma concessão para acalmar o setor próximo ao movimento Tea Party.

O partido aprovou hoje sua plataforma eleitoral, na qual se pronuncia abertamente contra todo tipo de aborto e as políticas condescendentes com a imigração ilegal.

A necessidade de reviver o ''sonho americano'', de criar emprego, de frear as ingerências do governo e de defender a vida, a família e as liberdades individuais dominou as mensagens dos funcionários públicos e representantes do partido que foram passando hoje pela tribuna.

O congressista do Texas Francisco Canseco argumentou que a resposta aos problemas atuais dos EUA ''é simples''.

''Impostos mais baixos e menos governo'', essa é a solução, porque significa, segundo Canseco, ''mais oportunidades e melhores empregos para um futuro mais próspero para as próximas gerações''.


O dia será completado hoje com o esperado discurso da esposa de Romney, Ann, cuja figura está destinada a adquirir grande peso na campanha.

Ann Romney destacará hoje que seu marido lutou toda sua vida ''para ajudar os outros'' e é o tipo de líder que os EUA necessitam.

Segundo os extratos do discurso adiantados à imprensa pela campanha de Romney, Ann falará perante o eleitorado americano ''de coração'' sobre o ''amor'' que, segundo sua opinião, une o país nos bons momentos e serve como ''o maior consolo em nossas horas mais obscuras''.

Casada com o candidato presidencial republicano desde 1969, Ann chega à convenção nacional de seu partido com a tarefa de apresentar aos eleitores uma história ''humanizada'' de Mitt Romney.

Ann acrescentará que seu casamento com Mitt não foi, como asseguram alguns meios de comunicação, um ''conto de fadas'', mas que eles decidiram ''nunca permitir que nada interferisse em nossa vida''.

''Nos livros de contos que li, nunca houve longas tardes de inverno e chuva, em uma casa com cinco crianças gritando ao mesmo tempo. E esses livros de conto nunca pareceram ter capítulos sobre a esclerose múltipla ou o câncer de mama'', doenças que ela sofreu.

''Um casamento como um livro de contos? Não, em absoluto. O que Mitt Romney e eu temos é um casamento real'', ressaltará a esposa do pré-candidato republicano. 

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