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Repsol pedirá mais de US$ 9 bi à Argentina por fatia na YPF

Pedido ocorre com o aumento das críticas internacionais contra Buenos Aires pela estatização da empresa

Antonio Brufau, presidente da petrolífera espanhola Repsol, posa antes de uma conferência à imprensa em Madri (Sergio Perez/Reuters)

Antonio Brufau, presidente da petrolífera espanhola Repsol, posa antes de uma conferência à imprensa em Madri (Sergio Perez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2012 às 16h11.

Madri - A petrolífera espanhola Repsol-YPF informou nesta terça-feira que pedirá mais de 9 bilhões de dólares à Argentina pela expropriação de 51 por cento de sua unidade YPF, em meio às crescentes críticas internacionais contra Buenos Aires que abriu uma crise política com a Espanha.

O governo argentino interveio na segunda-feira na YPF, a maior petroleira do país que representa metade da produção Repsol-YPF, e enviou ao Congresso projeto para assumir 51 por cento da companhia, depois de mantê-la sob pressão e culpá-la pela queda na oferta de petróleo no país.

"Nós vamos pedir (uma avaliação de) 18 bilhões de dólares", disse o presidente da petrolífera, Antonio Brufau, em conferência de imprensa de mais de duas horas.

A Repsol, que tem uns 57,43 por cento da YPF, qualificou a decisão argentina de ilícita.

A capitalização de mercado da YPF é atualmente de cerca de 10,4 bilhões de dólares, depois que as ações da empresa caíram um terço de seu valor em 2012, com as constantes pressões argentinas para incremento dos investimentos e o temor de uma expropriação.

A Argentina não informou quanto pagará pela YPF e, de acordo com as leis locais, o governo deverá negociar com a Repsol-YPF o preço da indenização. Se não houver consenso, o caso pode ser decidido em tribunal com base em valores de um organismo oficial.

Brufau disse que sua estimativa não inclui a gigantesca reserva Vaca Muerta de hidrocarbonetos não-convencionais descobertos pela petroleira argentina, que é estratégicA para a Repsol-YPF, uma vez que poderia incrementar exponencialmente suas reservas com este depósito.

Tiro no pé

O ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, José Manuel García Margallo, disse que o tema será discutido sexta-feira em encontro do conselho de ministros e insistiu que a decisão terá peso negativo sobre a decisão de investimento estrangeiro no país.

"A Argentina deu um tiro no pé com esta decisão. A Argentina pode ter cortado o acesso do financiamento com esta decisão", declarou Margallo a jornalistas.

O governo espanhol convocou nesta terça-feira o embaixador argentino, Carlos Bettini.


Vaca muerta

Brufau insinou que as autoridades argentinas mudaram de atitude depois de conhecerem o vasto potencial de Vaca Morta, que pode ser uma das maiores reservas de hidrocarbonetos não-convencionais do mundo, e não por falta de investimento como argumentou a presidente argentina.

"O descobrimento que fez a Repsol-YPF em Vaca Morta não é desencadeador de tudo isso, não é o desencadeador da expropriação?", questionou Brufau.

A Repsol anunciou no início de fevereiro que a reserva poderia ter 22,807 bilhões de barris de óleo equivalente e que sua exploração dobraria a produção de hidrocarbonetos argentina.

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