Palestinos: O conselho rejeitou uma proposta defendida pelo grupo árabe que buscava, entre outros pontos, exigir que Israel se retire dos territórios palestinos até 2017 (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2014 às 22h29.
Nações Unidas - O representante palestino na ONU, Riyad Mansur, lamentou nesta terça-feira que o Conselho de Segurança da ONU seja "incapaz" de assumir suas responsabilidades e siga "paralisado" diante das chamadas internacionais para que a paz seja alcançada no Oriente Médio.
O conselho rejeitou uma proposta defendida pelo grupo árabe que buscava, entre outros pontos, exigir que Israel se retire dos territórios palestinos antes do final de 2017.
O diplomata disse que, a partir dessa decisão e da situação "insustentável e precária" que se vive na região, "os dirigentes palestinos devem agora analisar os seguintes passos e amanhã se reunirão para decidir".
Mansur, em discurso de 16 minutos, o mais longo pronunciado na sessão de hoje do Conselho de Segurança, mostrou-se abalado pela decisão desta terça-feira, que segundo ele representa um "fracasso" da missão da ONU de propiciar uma "solução pacífica e duradoura" ao Oriente Médio.
O projeto de resolução fixava um calendário de negociações, sob uma série de condições que terminariam com uma solução final ao conflito e com a futura retirada das forças israelenses.
Os palestinos vêm trabalhando há meses nesta resolução e o texto submetido à votação hoje contava com o apoio dos países árabes, embora tenha sido rejeitado ao não conseguir os votos necessários para que fosse aprovado.
O voto de hoje, disse Mansur, demonstra que o Conselho de Segurança da ONU "claramente não está pronto nem disposto para assumir suas responsabilidades, que levariam à adoção de uma solução completa" para resolver o conflito.
O representante palestino disse que fora da ONU há um "consenso global" em favor de uma solução de dois Estados com as fronteiras prévias à guerra de 1967, e também em relação ao fato de que a anexação israelense de Jerusalém Oriental "é ilegal e não é aceita por nenhum país".
"Por que é tão difícil para o Conselho de Segurança atuar neste consenso global e pedir o final das ações ilegais de Israel?", perguntou o diplomata.