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Representante da ONU ainda não pode entrar na Síria

Valerie Amos, na Jordânia, ainda aguarda permissão do governo de Assad para entrar no país. Autoridades sírias adiam decisão

Valerie Amos emitiu nesta quarta-feira um comunicado no qual se mostrou 'profundamente decepcionada por não poder visitar a Síria' (Scott Barbour/ Getty Images)

Valerie Amos emitiu nesta quarta-feira um comunicado no qual se mostrou 'profundamente decepcionada por não poder visitar a Síria' (Scott Barbour/ Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2012 às 18h28.

Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas afirmou nesta quarta-feira que a subsecretária-geral do organismo para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, continua na Jordânia esperando uma permissão das autoridades sírias para entrar no país, uma decisão que Damasco continua adiando apesar de sucessivos pedidos.

O porta-voz do organismo, Martin Nesirky, esclareceu que a Síria ainda não rejeitou formalmente o acesso de Amos a seu território, mas não se pronunciou sobre 'uma data exata' para que ela possa entrar no país e analisar qual é a situação local, enquanto persiste a repressão e a violência.

'A Síria não rejeitou até agora a entrada de Amos, mas também não acordou uma data. Amos foi extremamente flexível, está na região e ainda está preparada para ir à Síria em qualquer momento', explicou Nesirky à imprensa na sede central da ONU em Nova York.

O porta-voz reiterou que Damasco adiou uma decisão várias vezes, mas não rejeitou o pedido de Amos até este momento, e ainda não deu sinal verde.

Em qualquer caso, ele lamentou o atraso das autoridades sírias e ressaltou que se trata de 'uma boa oportunidade' para que o regime do presidente Bashar al Assad demonstre 'que sua população é importante'.

Fontes do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), liderado por Amos, explicaram à Agência Efe que a possibilidade de que a subsecretária-geral possa entrar na Síria 'ainda está aberta'.

Entretanto, as fontes destacaram a frustração de Amos, já que ela estava 'pronta para entrar na Síria na semana passada', quando o secretário-geral, Ban Ki-moon, lhe pediu que visitasse o país. Enquanto isso, 'o tempo passa e Damasco não oferece uma data concreta', ressaltaram.


Valerie Amos emitiu nesta quarta-feira um comunicado no qual se mostrou 'profundamente decepcionada por não poder visitar a Síria', apesar de seus 'reiterados pedidos às autoridades do país para analisar a situação humanitária e ajudar os mais afetados pela violência'.

'Perante a rápida deterioração da situação humanitária, o aumento das necessidades de assistência médica, de alimentos e produtos básicos, é uma prioridade conseguir o acesso urgente para os mais necessitados', afirmou Amos.

Apesar da falta de uma rejeição formal, as palavras de Amos mostram, segundo várias fontes, a falta de vontade do regime de Assad de colaborar com a OCHA, algo que poderia provocar uma reação inclusive do Conselho de Segurança.

'O bloqueio que Assad exerce à visita de Valerie Amos à Síria é vergonhoso levando em conta a desesperada situação humanitária e a brutal invasão que Homs sofre', disseram fontes da missão britânica, membro permanente do Conselho e país que assumirá sua Presidência em março.

Já a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, disse em comunicado que é 'vergonhoso' que a Síria tenha negado a entrada de Amos no país, e lembrou que 'a desesperada falta de alimentos, remédios e artigos de primeira necessidade' na Síria tornam urgente o acesso humanitário ao país.

'Ao invés de responder às necessidades de seu povo, o bárbaro Governo da Síria está preparando seu ataque final sobre Homs', disse Rice, para quem a escassez de alimentos levará os cidadãos sírios, especialmente as crianças, a morrer de fome em breve.

Enquanto isso, a atenção da ONU se centra em preparar a missão do recém-nomeado enviado especial conjunto do organismo e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, que nesta quarta-feira se reunirá com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para fechar os detalhes de sua missão.

Segundo a ONU, o aumento da violência no Governo ditatorial de Assad contra os grupos de oposição e civis causou mais de 7.500 mortos na Síria durante as revoltas, que já duram 11 meses. Entretanto, organizações defensoras dos direitos humanos no país árabe acreditam que este número possa ser ainda maior. 

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