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Repórteres Sem Fronteiras condena detenção de David Miranda

Organização considerou "inaceitável" detenção do brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista que divulgou as revelações de Edward Snowden


	O jornalista Glenn Greenwald (e) abraça seu namorado, David Miranda: "interrogatório a que foi submetido David Miranda é intimidação", disse RSF
 (Ricardo Moraes/Reuters)

O jornalista Glenn Greenwald (e) abraça seu namorado, David Miranda: "interrogatório a que foi submetido David Miranda é intimidação", disse RSF (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 13h26.

Paris - A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) classificou nesta segunda-feira como "inaceitável" a retenção em Londres durante nove horas do brasileiro David Miranda, namorado do jornalista do jornal britânico "The Guardian" Glenn Greenwald, que divulgou as revelações do ex-agente da CIA Edward Snowden.

"O interrogatório a que foi submetido David Miranda é uma mensagem de intimidação dirigida ao conjunto dos jornalistas que trabalham sobre as práticas de vigilância dos serviços britânicos e americanos", denunciou a RSF em comunicado.

Miranda, de 28 anos, fazia escala ontem no aeroporto de Heathrow (Londres) de Berlim para voltar ao Rio de Janeiro quando foi retido pelas forças de segurança britânicas em virtude da lei contra o terrorismo que permite deter e interrogar a pessoas em aeroportos, portos e zonas fronteiriças.

"Assimilar o jornalismo e o terrorismo é uma prática muito conhecida nos Estados repressivos de todo o mundo", destacou a organização defensora da liberdade de imprensa, com sede em Paris, em comunicado, no qual acusou às autoridades britânicas de terem ultrapassado "a linha vermelha".

Miranda foi libertado após nove horas, o tempo máximo que a lei permite reter uma pessoa sem apresentar uma acusação.

Os agentes confiscaram os aparelhos eletrônicos que levava, incluindo celular, laptop, máquina fotográfica, cartões de memória, DVDs e um videogame, segundo o jornal "The Guardian".

A RSF considerou que as autoridades britânicas "procuravam desestabilizar Glenn Greenwald e Laura Poitras", documentarista que também trabalhou com Snowden e que Miranda foi visitar em Berlim.

"Com esse ato bárbaro, as autoridades britânicas não fazem nada além de ressaltar até que ponto as revelações de Snowden e Greenwald são legítimas e necessárias", concluiu a RSF.

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