"É difícil tomar decisões corretas quando se está em pânico", declarou a jornalista que chutou refugiados na Hungria (Reprodução/ Twitter)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2015 às 08h46.
Budapeste - A cinegrafista que chutou e deu rasteiras em refugiados que fugiam de um controle policial na Hungria, em uma área próxima da fronteira com a Sérvia, lamentou seu comportamento, que justificou devido a um ataque de pânico.
"Sinto sinceramente pelo ocorrido (...) praticamente estou em um estado de choque pelo que fiz e pelo que estão fazendo comigo", disse Petra László em carta divulgada nesta sexta-feira pela imprensa húngara.
A polícia de Budapeste interrogou a cinegrafista, a quem a promotoria acusa de vandalismo.
Petra alegou que quando estava trabalhando com sua câmera no centro de encontro de refugiados de Röszke, centenas de pessoas começaram a correr em sua direção, o que lhe causou temor.
"É difícil tomar decisões corretas quando se está em pânico", declarou.
Petra László, que trabalhava para a rede de televisão "N1", próxima ao partido de extrema direita Jobbik, deu uma rasteira em um homem que fugia da polícia com o filho no colo, após passar a noite na região em condições precárias.
Em outras imagens a mesma cinegrafista é vista dando chutes em vários refugiados que corriam, incluindo uma menina.
"Como mãe, lamento muito que o destino tenha me levado até uma menina, algo que naquele momento não percebi. Estava em pânico, e agora me vejo nas gravações como se não fosse eu", disse, acrescentando que se arrependeu do que fez e que assumirá a responsabilidade.
Petra afirmou que não merece "a caça de bruxas política" que alega estar sofrendo e também as ameaças, algumas de morte, e se defendeu garantindo que não é uma "repórter racista".
"Só sou uma mulher, uma mãe agora sem trabalho que em uma situação de pânico tomou uma decisão equivocada", disse ela em carta divulgada pelo portal "Index".