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Renzi forma novo governo para dar esperança aos italianos

Matteo Renzi disse que fará "todo o possível para merecer a confiança dos milhões de italianos e italianas que esperam respostas concretas da parte do governo"

Matteo Renzi, o novo premier italiano: ele disse que sente uma grande "responsabilidade" em razão da situação "delicada" (AFP)

Matteo Renzi, o novo premier italiano: ele disse que sente uma grande "responsabilidade" em razão da situação "delicada" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2014 às 18h20.

O jovem líder do Partido Democrático italiano, Matteo Renzi, aceitou oficialmente nesta sexta-feira o cargo de primeiro-ministro e anunciou a formação do novo governo, com o qual "deseja dar esperança" aos italianos.

Ao dizer que sente uma grande "responsabilidade" em razão da situação "delicada", Renzi afirmou que fará "todo o possível para merecer a confiança dos milhões de italianos e italianas que esperam respostas concretas da parte do governo".

O anúncio foi feito à imprensa pelo secretário-geral da Presidência, após uma reunião de dua horas entre Renzi e o presidente da República, Giorgio Napolitano.

A cerimônia de posse está prevista para sábado, às 10h30 GMT (07h39 de Brasília), no palácio presidencial.

Matteo Renzi, que aos 39 anos é o mais jovem chefe de Governo da União Europeia, leu, em seguida, a lista de seus ministros, dizendo estar orgulhoso de contar com 50% de mulheres "pela primeira vez na história da Itália".

Desta forma, Pier Carlo Padoan foi nomeado ministro da Economia e das Finanças, enquanto Angelino Alfano, chefe da Nova Centro-Direita (NCD), cujos senadores são essenciais para a sobrevivência do governo, foi confirmado para a pasta do Interior.

Ele vai se apoiar na mesma maioria de centro-direita que seu antecessor, Enrico Letta.

Segundo a imprensa, o nome de Padoan foi imposto a Matteo Renzi pelo presidente Napolitano. Aos olhos do presidente, Padoan, até então economista da OCDE, tem a dupla vantagem de ser um economista reconhecido e respeitado no cenário internacional.

Esse é um aspecto fundamental para a credibilidade da Itália, ainda fortemente endividada (mais de 130% do PIB) e que está se recuperando após dois anos de recessão.

O novo primeiro-ministro lembrou que primeiro pretende realizar reformas, como a da lei eleitoral. Mas logo depois, terá de enfrentar a questão do emprego.


Um governo para quatro anos?

Renzi justificou a longa reunião com Napolitano, ressaltando: Desta vez "nos esforçamos, porque é preciso construir um governo para quatro anos".

"Nós não estamos arriscando apenas a nossa única carreira, mas também a nossa cabeça", disse.

O presidente Napolitano falou à imprensa logo em seguida e também negou qualquer tensão com o novo primeiro-ministro, confirmando que este é um "governo planejado para durar toda a legislatura".

"Não houve impasse", frisou, dizendo que "a duração da reunião deve-se ao fato de a nova equipe incluir muitos novos nomes".

A prerrogativa do primeiro-ministro, que consiste em apresentar sua lista de ministros ao presidente, foi "plenamente respeitada em uma atmosfera de serena colaboração institucional", afirmou Napolitano.

Mas para o colunista e ex-editor do Corriere della Sera, Paolo Mieli, "duas horas e meia de discussão significam altas tensões e que eles tiveram que encontrar um acordo delicado, que, provavelmente, não satisfez plenamente nenhum dos dois".

De acordo com a imprensa, um dos obstáculos era o importante Ministério das Relações Exteriores, no qual Napolitano gostaria de manter Emma Bonino, membro do pequeno partido radical e uma experiente ex-comissária europeia.

Renzi conseguiu impor Federica Mogherini que, aos 40 anos, tornou-se a mais jovem titular desse ministério.

Antes, ela foi chefe de assuntos europeus do Partido Democrata (PD), liderado por Renzi.

Para o Ministério da Justiça, Renzi escolheu Andrea Orlando, personalidade bastante apagada e que não deve ser considerada uma ameaça para Silvio Berlusconi.

De acordo com relatos da mídia, 'Il Cavaliere' tinha condicionado o seu apoio a Renzi à nomeação de uma ministra com atenção especial "aos direitos dos acusados".

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