John Yates havia negado a reabertura da investigação sobre o escândalo das escutas telefônicas em 2009 (Carl Court/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2011 às 11h44.
Londres - O subcomissário chefe da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard), John Yates, renunciou nesta segunda-feira pelo caso das escutas ilegais do News of the World, um dia depois de seu chefe, o comissário-chefe Paul Stephenson, fazer o mesmo.
Yates esteve a cargo da primeira investigação policial do caso dos grampos telefônicos do tabloide, iniciado em 2006, mas em 2009 deu o caso por encerrado e considerou que não era necessário reabri-lo.
A posição de Yates tornou-se praticamente insustentável depois que neste domingo o comissário-chefe renunciou de surpresa devido à sua relação com Neil Wallis, um ex-diretor-executivo do News of the World, preso na semana passada por seu suposto envolvimento nas escutas telefônicos do tabloide.
Yates, que resistiu a renunciar até o último minuto, foi quem supervisionou a contratação de Wallis como consultor da Polícia Metropolitana de Londres e o manteve no cargo até setembro de 2010, quando já havia explodido o escândalo dos grampos.
Pouco antes, o subcomissário tinha afirmado aos jornalistas que não tinha intenção de renunciar, visto que não havia feito nada de errado, mas, aparentemente, ia ser suspenso pela comissão disciplinar da Polícia, reunida nesta segunda-feira para discutir seu caso.
Com a renúncia de Yates, que foi aceita, a Scotland Yard precisará trocar seus dois principais responsáveis a apenas um ano da realização dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, que representam um extraordinário desafio para a segurança de uma cidade de 8 milhões de habitantes.
O prefeito de Londres, Boris Johnson, afirmou que a demissão de Yates é "lamentável", mas que se trata da "decisão correta".
Tanto Stephenson como Yates devem depor nesta terça-feira no comitê de Interior da Câmara dos Comuns sobre o caso das escutas, uma bola de neve que já gerou quatro demissões desde sexta-feira passada.
A Polícia está sendo muito pressionada na crise porque, além de encerrar a investigação sobre as escutas ilegais, vários agentes aceitaram subornos do tabloide durante anos em troca de informação.