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Renúncia do gabinete egípcio abre caminho para marechal

Marechal Abdel Fattah al-Sisi pode oficializar sua candidatura presidencial

Hazem el-Beblawi: primeiro-ministro disse que seu gabinete "fez todos os esforços para tirar o Egito do túnel apertado em termos de segurança, pressões econômicas e confusão política" (Ben Job/Reuters)

Hazem el-Beblawi: primeiro-ministro disse que seu gabinete "fez todos os esforços para tirar o Egito do túnel apertado em termos de segurança, pressões econômicas e confusão política" (Ben Job/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 10h45.

Cairo - O primeiro-ministro egípcio, Hazem el Beblawi, anunciou nesta segunda-feira a renúncia do seu gabinete, abrindo caminho para que o marechal Abdel Fattah al-Sisi oficialize sua candidatura presidencial.

O primeiro-ministro disse em discurso transmitido ao vivo em rede nacional que seu gabinete "fez todos os esforços para tirar o Egito do túnel apertado em termos de segurança, pressões econômicas e confusão política".

Ele não citou uma razão clara para sua decisão de renunciar. Mas, para que Sisi dispute a Presidência, ele precisaria deixar o cargo de ministro da Defesa. Uma fonte do governo disse que a renúncia coletiva ocorreu porque Sisi não queria transmitir a impressão de que estava agindo sozinho.

O Egito deve realizar eleições presidenciais dentro de poucos meses, cumprindo o "mapa" definido por militares depois da derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi, em julho.

A bolsa do Cairo registrou alta de 0,26 ponto percentual após a notícia da renúncia, revertendo assim perdas do começo do dia.

A derrubada de Mursi desencadeou a mais sangrenta crise política na história moderna do Egito. Nos últimos meses, as forças de segurança mataram centenas de seguidores da Irmandade Muçulmana, prenderam milhares e levaram seus líderes a julgamento.

A Irmandade acusa Sisi de ter comandado um golpe, e grupos de direitos humanos dizem que os abusos sob seu comando crescem a cada dia -- acusações que o governo provisório instituído pelos militares nega.

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