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Renúncia do chefe dos observadores árabes abre porta para ONU

A deterioração da segurança na Síria levou à Liga Árabe a suspender sua missão de observadores no país

Observadores da Liga Árabe, em meio a uma manifestação, na cidade de Idlib na Síria, segundo um vídeo do Youtube (YouTube/AFP)

Observadores da Liga Árabe, em meio a uma manifestação, na cidade de Idlib na Síria, segundo um vídeo do Youtube (YouTube/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2012 às 12h34.

Cairo, 12 fev (EFE).- O chefe dos observadores árabes na Síria, o general sudanês Ahmed Mustafa al-Dabi, apresentou neste domingo sua renúncia, abrindo a porta para uma missão conjunta da Liga Árabe com a ONU, disseram à Agência Efe fontes da organização.

O secretário-geral do organismo pan-árabe, Nabil al-Araby, aceitou a renúncia de Dabi e sugeriu nomear como novo responsável pela missão o ex-ministro das Relações Exteriores jordaniano Abdelelah al-Khatib, quem aceitou e espera agora pela aprovação final do Conselho da Liga Árabe.

Está previsto que os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe se reúnam nesta tarde no Cairo para estudar a possibilidade de formar uma missão de observadores conjunta com as Nações Unidas para que comprove no terreno a situação na Síria.

A designação de Dabi como chefe da delegação de observadores gerou no início críticas dos opositores sírios, que eram contra a escolha de um general envolvido nos crimes da região sudanesa de Darfur para liderar a investigação de possíveis abusos cometidos na Síria.

A deterioração da segurança na Síria levou à Liga Árabe a suspender em 28 de janeiro sua missão de observadores no país, medida que segue vigente até que os titulares das Relações Exteriores tomem uma decisão a respeito.

O grupo de contato da Liga Árabe sobre a Síria está reunido para analisar um projeto do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) que estabelece a retirada de todos os embaixadores dos países árabes na Síria e a saída de seus colegas sírios das respectivas capitais.

As monarquias do Golfo (Arábia Saudita, Catar, Omã, Kuwait, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos) decidiram na terça-feira retirar seus embaixadores de Damasco devido ao aumento da violência e a rejeição do regime sírio à iniciativa árabe que estipula, entre outros pontos, que o presidente sírio, Bashar al Assad, repasse o poder ao vice-presidente e seja formado um Governo de união nacional.

O grupo de contato pode reconhecer o Conselho Nacional Sírio (CNS), o principal órgão da oposição no exílio, como representante do povo sírio e convidá-lo para uma reunião urgente dos ministros árabes, revelaram as fontes.

Por sua vez, está previsto que Araby apresente um relatório sobre os contatos com os países árabes e ocidentais na busca de uma solução à crise síria, depois do recente veto da Rússia e da China à proposta árabe no Conselho de Segurança da ONU.

Os países árabes analisarão novas medidas para pressionar o regime de Bashar al Assad e uma proposta da Turquia para acolher uma conferência internacional sobre a Síria.

Desde o início dos protestos contra o regime de Assad em março de 2011, números da ONU contabilizam ao menos 5 mil mortes pela repressão governamental, apesar do regime culpar supostos grupos terroristas pela violência.

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