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Renúncia de Bento XVI foi antecipada por eventos no Brasil

Realização da Copa do Mundo em 2014 precipitou, indiretamente, a decisão do Papa emérito, Bento XVI, de anunciar sua renúncia um ano antes

O Papa emérito, Bento XVI: papa alemão Bento XVI tomou a decisão de renunciar ao posto em agosto de 2012 (Vincenzo Pinto/AFP)

O Papa emérito, Bento XVI: papa alemão Bento XVI tomou a decisão de renunciar ao posto em agosto de 2012 (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2014 às 14h15.

Berlim - A realização da Copa do Mundo de futebol no Brasil em 2014 precipitou, indiretamente, a decisão do Papa emérito, Bento XVI, de anunciar sua renúncia um ano antes, em fevereiro de 2013, revelou seu secretário particular à imprensa alemã.

Questionado pelo jornal bávaro Süddeutsche Zeitung sobre se o anúncio, pouco antes da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, inicialmente prevista para 2014, para não coincidir com a Copa do Mundo de futebol no país, precipitou a saída de Bento XVI, o arcebispo Georg Gänswein respondeu que isso "aconteceu exatamente desta forma".

O Papa alemão Bento XVI tomou a decisão de renunciar ao posto - um ato histórico - em agosto de 2012 e comunicou ao seu secretário em dezembro do mesmo ano.

Ele queria que seu sucessor participasse da JMJ na cidade do Rio de Janeiro.

"Minha reação espontânea foi de dizer "Não, Santo Padre, você não tem esse direito". Mas essa seria uma reação afetiva, e muito rapidamente compreendi que ele me dizia isso porque já havia tomado sua decisão", explicou Gänswein.

O Papa revelou sua decisão para apenas quatro pessoas.

"Ele me fez prometer manter a notícia sob segredo papal. Você pode imaginar que não foi fácil e que houve situações em que eu estava quase rasgado internamente", contou.

Os cardeais presentes durante o anúncio feito pelo Papa, feito em latim, levaram algum tempo para compreender o que estava acontecendo, acrescentou.

"Alguns rostos estavam petrificados, outros incrédulos, confusos, chocados. Eles se entreolharam perguntando "é isso mesmo o que eu entendi?".

O exemplo de João Paulo II, que concluiu seu ministério na doença e sofrimento, foi fundamental para a sua decisão.

"Continuar como o seu antecessor fez, ou mesmo imitá-lo, não era o estilo dele", disse.

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