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Relatório da OEA recomendou anulação de eleição na Bolívia

Após estouro de protestos, entidade deu início a auditoria em pleito feito em outubro no país e que deu quarta vitória a Evo Morales

Oposição protesta contra resultados das eleições na Bolívia (Ueslei Marcelino/Reuters)

Oposição protesta contra resultados das eleições na Bolívia (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de novembro de 2019 às 13h28.

Última atualização em 10 de novembro de 2019 às 14h46.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) recomendou neste domingo (10) a repetição do primeiro turno das eleições realizadas na Bolívia no dia 20 de outubro e que tiveram como vencedor, para um quarto mandato, o atual presidente, Evo Morales, a quem a oposição acusa de ter orquestrado uma fraude. Pouco depois da divulgação do documento, Morales foi a público anunciar que serão convocadas novas eleições no país.

Em comunicado, a OEA aconselhou que o processo eleitoral no país andino deve voltar a acontecer "assim que existam novas condições que deem novas garantias para sua realização, entre elas uma nova composição do órgão eleitoral".

"O primeiro turno das eleições ocorrido em 20 de outubro deve ser anulado, e o processo eleitoral deve começar novamente", diz a nota da OEA.

A entidade fez um boletim sobre as circunstâncias em que aconteceu o primeiro turno das eleições, que deram origem a uma onda de violência no país.

"A Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos está acompanhando permanentemente os múltiplos aspectos da situação na Bolívia enquanto, diante das tensões que são vividas no país, solicitou à equipe de auditoria os máximos esforços para antecipar os resultados do relatório em processo de elaboração", acrescenta o texto, que faz menção ao boletim que a OEA produz sobre as circunstâncias em que aconteceram o primeiro turno, que geraram uma onda de violência no país.

A organização explicou que a situação no país andino "exige aos atores governamentais e políticos das diferentes alas, assim como a todas as instituições atuar com apego à Constituição, responsabilidade e respeito pelas vias pacíficas".

A Bolívia vive uma grave crise desde a proclamação de Morales como presidente do país para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro.

A oposição e movimentos populares denunciam que houve uma fraude eleitoral e exigem a renúncia do mandatário e a convocação de um novo pleito.

Os protestos desde o dia seguinte às eleições tiveram saldo de ao menos três mortos e 384 feridos em confrontos entre simpatizantes e opositores de Morales, segundo dados da Defensoria do Povo.

A OEA reconhece que o "direito a protestos pacíficos deve ser amparado e garantido, e as instituições do Estado boliviano devem atuar em consonância com o estabelecido na Constituição e nas leis do país".

"O mais valioso a ter em conta nestas horas é o direito à vida dos bolivianos e evitar qualquer confronto violento entre compatriotas", diz a organização.

A OEA reitera, no entanto, sua "disposição em cooperar na busca por soluções democráticas para o país".

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