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Relação entre EUA e Turquia é posta em xeque por Gülen

"Se os Estados Unidos não devolverem Gülen, terá sacrificado a Turquia por um terrorista", declarou o ministro


	Fethullah Gülen: a Turquia assegura que solicitou oficialmente aos Estados Unidos a detenção e a extradição do predicador
 (Charles Mostoller/Reuters)

Fethullah Gülen: a Turquia assegura que solicitou oficialmente aos Estados Unidos a detenção e a extradição do predicador (Charles Mostoller/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2016 às 09h16.

Istambul - O ministro turco de Justiça, Bekir Bozdag, advertiu nesta terça-feira que os EUA "sacrificarão" as relações com a Turquia se não extraditar Fethullah Gülen, a quem Ancara responsabiliza pelo fracassado golpe militar de 15 de julho.

"Não houve ainda uma resposta oficial dos EUA a respeito da extradição de Gülen. Também os europeus sabem. É nosso direito esperar que todos sejam claros", disse Bozdag em reunião na agência "Anadolu", em Ancara.

"Se os Estados Unidos não devolverem Gülen, terá sacrificado a Turquia por um terrorista", declarou o ministro.

Bozdag acrescentou que desde o levante fracassado, um total de 22 mil pessoas foram detidas na investigação sobre as redes do predicador islamita Gülen, às quais o governo turco considera uma organização terrorista.

Segundo o jornal "Hürriyet Daily News", Ancara espera que o Departamento de Justiça americana envie uma delegação técnica à Turquia nesta semana para tratar sobre o pedido turca de extradição de Gülen, que vive na Pensilvânia (EUA) desde 1999.

Posteriormente, uma delegação do Ministério turco de Justiça viajaria aos EUA para tratar do mesmo tema, indicou hoje o jornal.

A Turquia assegura que solicitou oficialmente aos Estados Unidos a detenção e a extradição do predicador e que enviou provas e documentação que mostram sua participação no golpe.

Washington disse que estuda se os documentos enviados realmente constituem uma solicitação formal de extradição.

Ancara criticou a Washington por exigir provas contundentes e ressaltou que não entregar já Gülen representa protegê-lo. 

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