Rebelde sírio mira para atirar: "é difícil ver como Bashar al-Assad pode reverter a tendência", disse o instituto (Zac Baillie/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2013 às 13h57.
Londres - A relação de forças na Síria vai inclinar-se no final a favor dos rebeldes, informa o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), que advertiu que uma guerra civil prolongada neste país pode desestabilizar a região.
No relatório anual sobre o equilíbrio de forças no mundo, o IISS destacou ainda a importância crescente da China e o aumento constante dos orçamentos militares asiáticos, enquanto os gastos militares os países ocidentais sofrem com a austeridade.
Na Síria, "é provável que, pouco a pouco, o equilíbrio de forças se incline a favor dos rebeldes dado o crescimento de sua capacidade e do apoio exterior", afirma o informe.
"A não ser que utilize armas químicas contra os rebeldes, com o risco de intervenção internacional que isto implica, é difícil ver como Bashar al-Assad pode reverter a tendência".
Mas o IISS advertiu que o regime pode derrotar os rebeldes se estes "abandonarem as táticas de guerrilha e tentarem tomar as zonas urbanas".
"Se o presidente Bashar al-Assad não pode ganhar, os rebeldes ainda podem perder", afirma o instituto, que também aponta a possibilidade de confrontos entre facções da oposição com a ausência de uma direção política e militar forte.
"Isto pode afundar o país em uma guerra civil na qual o governo seria a facção mais importante entre outras, o que aumenta os riscos de desestabilização", completou o IISS, que compara o conflito com a situação no Afeganistão.
A respeito do Afeganistão, o IISS destaca que a Otan e o governo afegão estavam em uma corrida contra o relógio para melhorar a situação de segurança e desenvolver a capacidade do Estado afegão, que no fim de 2014 assumirá a segurança do país.
No plano mundial, em 2012 os gastos militares dos países da Ásia superaram pela primeira vez os dos países europeus da Otan.
O instituto destaca a importância militar da China, que em setembro apresentou seu primeiro porta-aviões.
No Ocidente, os problemas orçamentários obrigam muitos países a concentrar-se em "forças reduzidas, mas com maior capacidade" depois de uma década de guerras no Afeganistão e Iraque, segundo o IISS.