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Rejeição saudita ao CS da ONU é decisão sem precedentes

"Até onde nos lembramos, não houve outro caso parecido com este", declarou o porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky


	Reunião do Conselho de Segurança da ONU: apenas duas vezes em sua história o Conselho, integrado por 15 membros, foi forçado a contar com 14 integrantes
 (Emmanuel Dunand/AFP)

Reunião do Conselho de Segurança da ONU: apenas duas vezes em sua história o Conselho, integrado por 15 membros, foi forçado a contar com 14 integrantes (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 18h09.

A rejeição saudita a ocupar sua vaga no Conselho de Segurança da ONU não tem precedentes na história da instituição.

"Até onde nos lembramos, não houve outro caso parecido com este", declarou o porta-voz das Nações Unidas, Martin Nesirky. "Inclusive, meus colegas do Conselho ou da Assembleia Geral que têm mais memória não se recordam de um incidente como este".

Apenas duas vezes em sua história, o Conselho, integrado por 15 membros, dos quais dez não-permanentes, foi forçado a contar com apenas 14 integrantes: em 1950, quando Moscou, membro permanente, exerceu a política da cadeira vazia; e, em 1980, quando dois candidatos latino-americanos, Cuba e Colômbia, não conseguiram um desempate.

O Conselho renova a cada ano cinco de seus dez membros não-permanentes, eleitos por dois anos. A eleição é feita por regiões. Cada região pré-seleciona um candidato que, a princípio, deve ser confirmado pela Assembleia Geral para assumir seu lugar em 1º de janeiro.

É eleito o candidato que receber ao menos 129 votos entre os 193 Estados membros.

Esse sistema provocou várias disputas intermináveis entre candidatos latino-americanos, que tiveram seu clímax na eleição de 1979, quando Colômbia e Cuba não obtiveram o número de votos requeridos, apesar 154 rodadas de votação. O México, finalmente, foi eleito como candidato de compromisso na rodada 155. Mas, enquanto isso, o Conselho teve de atuar com 14 membros durante duas semanas.

Em janeiro de 1950, em plena Guerra Fria, a Rússia de Stalin decidiu deixar vago seu assento permanente por várias semanas. O objetivo era fazer pressão para que a vaga da China voltasse ao governo comunista no poder em Pequim, num momento em que o país asiático estava representado na ONU pelos nacionalistas do Kuomintang instalados em Taiwan.

Moscou pensava em bloquear assim o funcionamento do Conselho, mas os demais membros mantiveram as sessões e o governo soviético retomou sua vaga em agosto daquele ano.

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