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Reino Unido vai pedir perdão a pessoas condenadas por serem gays

Manter relações homossexuais era considerado um crime na Inglaterra e no País de Gales até 1967, na Escócia até 1980 e na Irlanda do Norte até 1982

Casal: a medida também foi motivada por um movimento conhecido como "Alan Turing Law" (David Silverman/Getty Images)

Casal: a medida também foi motivada por um movimento conhecido como "Alan Turing Law" (David Silverman/Getty Images)

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EFE

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 11h51.

Última atualização em 20 de outubro de 2016 às 11h53.

Londres - O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira que vai extinguir a condenação que recaía sobre milhares de pessoas por ser homossexual ou bissexual, e concederá "o perdão" póstumo a todos os que já faleceram.

Manter relações homossexuais era considerado um crime na Inglaterra e no País de Gales até 1967, na Escócia até 1980 e na Irlanda do Norte até 1982.

Hoje, o secretário de Justiça britânico, Sam Gyimah, defendeu que é "muito importante" dar "o perdão" às pessoas que foram condenadas por "crimes sexuais" por seu homossexualidade, já que elas "seriam inocentes de qualquer crime hoje em dia".

Através desta medida serão dados "indultos formais" aos que foram condenados por ter relações homossexuais consentidas no Reino Unido e é consequência de uma proposição parlamentar do deputado John Sharkey, do Partido Liberal-Democrata.

A medida também foi motivada por um movimento conhecido como "Alan Turing Law", campanha batizada em homenagem ao matemático britânico Alan Turing (1912-1954) que ajudou a decifrar os códigos dos segredos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Turing foi condenado por indecência grave depois que foi descoberto o seu relacionamento com um jovem 19 anos, em 1952. Ele foi castrado quimicamente e se suicidou em 1954.

Em 2013, a rainha Elizabeth II concedeu o perdão ao matemático, mas mesmo assim começou um movimento para pedir que este indulto fosse aplicado a todas as pessoas que foram condenadas por sua orientação sexual. Nesta iniciativa atuou, entre outros, o ator britânico Benedict Cumberbatch, que encarnou o matemático no filme "O Jogo da Imitação" (2014).

Acusado por esse crime em 1974, o escritor e ativista homossexual George Montague, comemorou a decisão, mas disse não aceitará o pedido de perdão.

"Aceitar um perdão é admitir que foi culpado. Eu não fui culpado de nada. Só fui culpado de estar no lugar errado no momento errado", declarou ele à rede "BBC".

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