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Reino Unido vai indenizar familiares de vítimas do 'Domingo Sangrento'

Governo anunciou que vai pagar pelo episódio de 1972; 14 pessoas morreram quando militares britânicos abriram fogo contra manifestantes católicos na Irlanda do Norte

Famílias das vítimas do Domingo Sangrento comemoram relatório que culpa exército britânico (Oli Scarff/Getty Images)

Famílias das vítimas do Domingo Sangrento comemoram relatório que culpa exército britânico (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2011 às 17h12.

Londres - O governo britânico anunciou nesta quinta-feira que ofereceu indenizações para os familiares das vítimas da matança de civis conhecida como "Domingo Sangrento" ("Bloody Sunday") na Irlanda do Norte, mas duas irmãs de um adolescente morto já afirmaram que a rejeitarão.

O ministério da Defesa escreveu para a firma de advogados que representa as famílias dos 14 católicos mortos e outros 13 feridos depois que militares britânicos abriram fogo em uma manifestação a favor dos direitos civis na localidade norte-irlandesa de Londonderry (apenas Derry para os católicos) no dia 30 de janeiro de 1972.

"Reconhecemos a dor que estas famílias sofreram durante quase 40 anos, e que membros das forças armadas agiram de maneira equivocada", afirmou o ministério em um comunicado.

"O governo lamenta profundamente. Estamos em contato com os advogados das famílias e onde houver uma responsabilidade legal do governo de indenizar, o faremos", acrescentou.

O "Domingo Sangrento" foi um dos episódios mais negros nos 30 anos de conflito entre católicos e protestantes unionistas, que deixou mais de 3.500 mortos durante três décadas na Irlanda do Norte e teve fim com o acordo de paz da Sexta-feira Santa em 1998.

Kate e Linda Nash, irmãs de William Nash, um jovem de 19 que morreu baleado, classificaram nesta quinta-feira de "repulsiva" a ideia de uma indenização, e indicaram que não aceitarão dinheiro "sob nenhuma circunstância".

Ao apresentar em junho no parlamento as conclusões de 12 anos de investigação judicial, o primeiro-ministro David Cameron pediu perdão por esta matança "injustificada e injustificável" 38 anos depois.

"Alguns membros de nossas forças armadas agiram de maneira equivocada. O governo é, em última instância, responsável pela conduta das forças armadas. E, por isso, em nome do governo - e do nosso país - lamentamos profundamente".

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