São Paulo - A cada ano, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos vão parar no lixo, de acordo com a ONU. Na ponta do lápis, um terço de toda a comida produzida pelo sistema agrícola global é perdida. Mas é possível reduzir o desperdício e gerar novas oportunidades.
É o que mostra a investida de uma tradicional rede de supermercados do Reino Unido, a Sainsbury's, que vai transformar os resíduos de alimentos de seus estabelecimentos em fonte de energia para abastecer, pela primeira vez, uma loja inteira.
Segundo o britânico The Guardian, a rede já é o maior consumidor de energia a partir do processo de digestão anaeróbia de alimentos no país, que garante energia suficiente para iluminar 2.500 casas por ano.
Muitas de suas lojas já usam uma parcela de bioenergia. Agora, a rede faz história ao tornar uma de suas lojas totalmente independente da energia da rede elétrica nacional.
Funcionará assim: os restos de comida do supermercados Sainsbury em Cannock serão transportados para a uma empresa de reciclagem parceira nas proximidades, onde será transformado em gás biometano.
O gás será então usado para gerar eletricidade, enviada de volta para a loja por uma linha de transmissão de 1,5 quilômetros de extensão.
Em entrevista à FastCoexist, Paul Crewe, chefe de sustentabilidade da empresa, explica que a ação busca não só reduzir o desperdício, mas encontrar novas fontes de energia.
"Não é apenas sobre o desperdício de alimentos, é sobre um monte de tecnologias combinadas que nos torne menos dependente da rede nacional", explica Crewe.
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1. O custo do que não se come
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São Paulo - No Dia do Meio Ambiente, um
novo estudo da Onu alerta para o desafio de reduzir o desperdício e a fome mundial, além de satisfazer as necessidades de uma população em rápida expansão. Todos os anos, um terço de toda a comida produzida pelo sistema agrícola global está sendo perdida, indica a pesquisa realizada pelo World Resources Institute (WRI) em parceria com o Programa Ambiental das Nações Unidas (Pnuma).
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2. 1,3 bilhão de toneladas
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Ou um terço da produção total de
alimentos no mundo vai parar no lixo. Em termos de calorias, uma a cada quatro calorias produzidas são perdidas.
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3. Quase 1 bilhão de famintos
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Enquanto isso, 870 milhões de pessoas passam fome e, a cada dia, mais de 20 mil crianças menores de 5 anos morrem de fome. Segundo a ONU, 26% das crianças em todo o mundo são consideradas raquíticas por desnutrição.
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4. Até US$ 2,1 trilhões
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Os custos com a desnutrição no mundo são estimados em 2% a 3% do PIB global, o equivalente à quantia de US$ 1,4 a US$ 2,1 trilhões por ano, segundo a FAO.
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5. 44 % de frutas e vegetais
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Dos 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados, 44% é composto de frutas e vegetais, os produtos que mais vão pro lixo. Em seguida, aparecem raízes e tubérculos, compondo 20% das perdas; cereais com 19% e leite, com 8%.
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6. Um México no lixo
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6/15 (Damien Meyer/AFP)
O desperdício de comida significa também desperdício de recursos naturais, contribuindo assim para impactos ambientais negativos. Hoje, a produção global de alimentos ocupa 25% de toda a terra habitável do mundo. A quantidade de terras cultiváveis usada para produzir comida desperdiçada é equivalente ao tamanho do México.
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7. 70 milhões de piscinas olímpicas
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A agricultura consome 70% de toda água usada no mundo. Somando todo o volume usado para produzir os alimentos que são desperdiçados a cada ano dá para encher 70 milhões de piscinas olímpicas.
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8. 50% (e mais um pouco)
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Mais da metade do desperdício de alimentos na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália ocorre na fase do consumo. Juntos, os países ricos são responsáveis por 56% de todo o desperdício.
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9. Dois terços
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Enquanto nos países em desenvolvimento, cerca de dois terços da comida é perdida após a colheita e armazenamento inadequado. Melhorar a eficiência nessa etapa é fundamental pata reduzir as perdas.
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10. US$ 48.3 bilhões
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Só nos Estados Unidos, 30% de toda a comida produzida no país é desperdiçada todos os anos, uma perda equivalente a 48.3 bilhões de dólares. Os segundos maiores componentes de lixões do país são resíduos orgânicos, que resultam na maior parte das emissões de metano.
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11. Mais de US$ 1000 por família
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11/15 (Getty Images)
O desperdício de alimentos na fase de consumo custa uma média de US$ 1.600 dólares por ano para uma família de quatro pessoas nos Estados Unidos e US$ 1 mil por ano para uma família média no Reino Unido.
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12. US$ 4 bilhões em perdas
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12/15 (Getty Images)
Na África Subsaariana, onde muitos agricultores ganham menos que US$ 2 por dia de trabalho, as perdas econômicas associadas à pós-colheita ineficiente têm um valor estimado de US$ 4 bilhões.
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13. Até 2050
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13/15 (Adalberto Roque/AFP)
Segundo a ONU, o mundo vai precisar de cerca de 60 por cento mais calorias dos alimentos em 2050 em comparação a 2006, se a demanda global mantiver sua trajetória atual de crescimento.
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14. 26,3 milhões de toneladas
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14/15 (Getty Images)
O desperdício de alimento no Brasil é estimado em 26,3 milhões de toneladas. Cerca de 10% desse total se perdem ainda no campo, outros 50% se dá no tranporte e manuseio, e 10% da perda acontece na fase de consumo.
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15. Pode respirar fundo
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15/15 (Getty Images)