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Reino Unido tenta evitar uma saída da UE sem acordo

Parlamento se reúne nesta segunda-feira em votação para testar os ânimos da Casa diante de propostas para o Brexit

Theresa May: o risco de uma saída desordenada da União Europeia se mostra cada vez mais próximo (Francois Lenoir/Reuters)

Theresa May: o risco de uma saída desordenada da União Europeia se mostra cada vez mais próximo (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2019 às 05h58.

Última atualização em 1 de abril de 2019 às 06h12.

A saída do Reino Unido da União Europeia enfrenta uma semana crítica. Após ter a terceira versão de seu acordo para o Brexit derrotada no Parlamento britânico na última sexta-feira, 29, a primeira-ministra Theresa May precisará negociar com os parlamentares para evitar que o país deixe o bloco sem um acordo instituído.

No dia 21 de março, May negociou um adiamento do Brexit em uma reunião do Conselho Europeu, órgão composto pelos líderes dos 27 países da União Europeia (UE). O Conselho ofereceu ao Reino Unido a opção deixar o bloco no dia 22 de maio, com a condição de aprovar um acordo com o Parlamento até o dia 29 de março. Se o governo não conseguisse a aprovação de um plano até a data estipulada, como aconteceu, o país seria forçado a sair no próximo dia 12 de abril.

Tanto Theresa May quando os líderes europeus não desejam uma saída brusca do Reino Unido da UE, já que isso poderia trazer consequências econômicas perigosas para ambas as partes. Apesar disso, o Conselho Europeu se mostrou firme frente à decisão de não conceder um adiamento maior sem que a primeira-ministra consiga aprovar o acordo internamente. May, por outro lado, não deseja postergar a saída para depois do dia 22 de maio, pois isso implicaria a participação dos britânicos nas eleições parlamentares europeias do dia 23 de maio.

Nesta segunda-feira, 1º, o Parlamento se reúne em torno de duas propostas relacionadas ao Brexit. Durante a tarde, membros da Parlamento debatem uma petição online que já reuniu mais de 6 milhões de assinaturas pedindo a revogação do artigo 50 (que determina a saída de países da União Europeia) e a manutenção do Reino Unido no bloco. May já se pronunciou mais de uma vez afirmando que revogar a saída não era opção.

“Nós vamos honrar o resultado do referendo de 2016 e trabalhar para entregar uma saída que beneficie a todos”, diz a resposta do governo no site da petição. “Revogar o Artigo 50, e por consequência permanecer na União Europeia, prejudicaria nossa democracia e a confiança que milhões de eleitores depositaram no Governo”.

O Parlamento também aproveitará esta segunda-feira para realizar uma nova sessão de votos indicativos, em que serão testados os posicionamentos da Casa diante de algumas opções de acordo. Na última quarta-feira, antes da terceira votação oficial proposta por May, o plenário fez o mesmo, mas nenhuma proposta obteve apoio da maioria. Pela regra, a primeira-ministra não precisa seguir o resultado da votação, mas a maneira como os parlamentares votarem podem indicar a ela qual caminho adotar nas negociações.

No dia 10 de abril, o Conselho Europeu terá uma reunião emergencial para decidir os rumos do Brexit. Na data, é esperado que May peça novamente uma prorrogação para poder organizar a saída. Os resultados da votação indicativa desta segunda-feira podem ser apresentados como alternativa para justificar o pedido, mas a primeira-ministra deve tentar passar seu acordo para uma quarta votação ainda esta semana. Se nada funcionar, resta a opção de convocar eleições gerais no país para tentar destravar o impasse político.

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