Campanha de vacinação contra covid-19 no Reino Unido. (Dominic Lipinski - PA Images / Colaborador/Getty Images)
AFP
Publicado em 21 de outubro de 2021 às 18h49.
O Reino Unido registrou nesta quinta-feira (21) mais de 50 mil novos casos de covid-19 pela primeira vez desde meados de julho, confirmando a deterioração da situação sanitária, em meio a crescentes apelos para reimpor restrições como o uso de máscaras em ambientes fechados.
A pandemia, desaparecida por semanas nas notícias e conversas, está de volta na agenda do Reino Unido.
O país tem uma das taxas de infecção mais altas do mundo, igualando os níveis da onda do inverno passado, que levou a um confinamento de quatro meses.
As hospitalizações e mortes ainda são muito menores, mas estão aumentando.
O número de novos casos diários subiu para 52.009 nesta quinta-feira e o número de mortos para 115, levando a 139.146 óbitos desde o início da pandemia em um país de 66 milhões de habitantes.
O governo admitiu na quarta-feira que 100.000 casos diários poderiam ser alcançados em breve, mas se recusou a reimpor algumas das restrições levantadas em julho, insistindo que os jovens se vacinem e aqueles com mais de 50 anos recebam uma terceira dose de reforço.
"Os números de infecção são altos, mas estamos dentro dos parâmetros esperados", disse o primeiro-ministro Boris Johnson na quinta-feira.
À medida que a situação se agrava, aumentam os apelos para que o governo lance o seu "plano B", que inclui o retorno das máscaras e do teletrabalho e a eventual imposição de passaportes de vacinação em alguns locais.
A Associação Médica Britânica acusou o governo de "negligência intencional", chamando a situação atual de "insustentável" e apelando a uma ação imediata.
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, que têm competências em saúde, continuam a impor o uso de máscaras em ambientes internos.
A política superliberal do governo Johnson é uma das hipóteses levantadas por alguns cientistas para explicar a atual deterioração. Outros fatores citados são a baixa vacinação entre os menores e a lentidão da campanha de reforço para quem foi vacinado há mais de seis meses e vê sua imunidade diminuir.