BORIS JOHNSON: segundo a rede de TV britânica BBC, ele tem mais de 60% de chances de vencer / Neil Hall/ Reuters
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2019 às 06h10.
Última atualização em 10 de junho de 2019 às 11h07.
O Reino Unido começa nesta segunda-feira a escolher quem será o próximo primeiro-ministro. A então premiê Theresa May, no poder desde 2016, renunciou ao cargo na semana passada após não conseguir avançar em um acordo para concretizar o Brexit, o processo de saída da União Europeia. Agora, um novo premiê precisa ser escolhido dentro do próprio Partido Conservador, o mesmo de May.
Os candidatos têm até às 17h (14h pelo horário de Brasília) para oficializar suas candidaturas ao cargo. As votações começam em de 13 de junho, em um processo eleitoral com vários turnos, que elimina os candidatos até chegar a apenas dois. O premiê será definido após a última votação, em 22 de junho.
Onze candidatos devem concorrer ao cargo. Um dos favoritos é o ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, que tem posições mais duras sobre o Brexit e defende sair sem nenhum acordo com a União Europeia. Segundo a rede de TV britânica BBC, ele tem mais de 60% de chances de vencer. Ele ainda é rejeitado pelas alas moderadas, e sua maior dificuldade será unir o partido a seu favor.
Outros candidatos com alguma chance de vitória (cerca de 10%) são o atual secretário do Meio Ambiente, Michael Gove, visto como um candidato mais de centro e capaz de negociar (ele afirmou que uma saída sem acordo não está nos planos), e Jeremy Hunt, secretário das Relações Exteriores e que, assim como May, era a favor de ficar na UE antes do Brexit mas, agora, diz que fará a saída acontecer.
As eleições não serão gerais, mas internas do partido. Desta vez, só votam os 160.000 filiados — de modo que a escolha está nas mãos de apenas 0,24% da população britânica. Pelo fato de o Reino Unido ser um sistema parlamentarista, o Partido Conservador tem o direito de indicar o primeiro-ministro até 2022, quando acontecem novas eleições gerais.
O Brexit deveria ter acontecido no fim de março, dois anos após o início do processo (a decisão de deixar a UE foi tomada pela população britânica em referendo em 2016). Contudo, diante da dificuldade de passar um acordo no Parlamento, os britânicos conseguiram junto à Comissão Europeia autorização para prorrogar o prazo de saída até 31 de outubro.
Ao novo primeiro-ministro, seja ele quem for, caberá a tarefa de tentar junto à União Europeia um acordo melhor do que o negociado por May — ou, também, optar por sair sem acordo. Ao mesmo tempo, deverá convencer o Parlamento a aprovar o processo. May falhou após dois anos na tarefa. O próximo premiê terá apenas quatro meses.