Mundo

Reino Unido endurecerá leis para evitar jihadistas

O governo "introduzirá em breve novas leis antiterroristas" para evitar o retorno de combatentes ao país


	Jihadista do Estado Islâmico segura uma faca
 (Ho/AFP)

Jihadista do Estado Islâmico segura uma faca (Ho/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 05h47.

Brisbane - O governo do Reino Unido "introduzirá em breve novas leis antiterroristas" para evitar o retorno de combatentes jihadistas ao país, disse nesta sexta-feira o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, no parlamento de Canberra, na Austrália.

As novas leis incluirão "novos poderes para os policiais nos portos para confiscar passaportes, deter viajantes suspeitos e cidadãos britânicos em seu retorno ao Reino Unido, a menos que o façam sob nossos termos", explicou o premiê britânico em discurso no Legislativo australiano.

Cameron, que se encontra na Austrália para participar da Cúpula do G20, também ressaltou que a proposta legislativa "prevenirá que as companhias aéreas que não cumprirem com as medidas de vigilância e segurança aterrissem no Reino Unido".

Mais de 500 muçulmanos britânicos foram recrutados pelo Estado Islâmico para lutar na Síria e no Iraque e pelo menos 24 deles morreram em combate.

O primeiro-ministro destacou as iniciativas similares contra a crescente ameaça jihadista aprovadas e apresentadas no parlamento australiano e as que seu país pretende implementar para "combater o extremismo em todas as suas formas".

Por isso, o líder britânico comentou que o Reino Unido também quer que as empresas de internet façam esforços maiores para fortalecer seus filtros, que melhorem seus mecanismos e sejam mais "proativos" para eliminar a propaganda jihadista. Além disso, o país pretende proibir os pregadores extremistas em seu território.

"Devemos erradicar os extremistas das escolas, universidades e prisões e, ao mesmo tempo, trabalhar com a maioria dos muçulmanos que não concordam com esta retórica distorcida que seduz alguns de nossos cidadãos", frisou.

O premiê britânico também lembrou a extensa cooperação entre a Austrália e seu país - os dois são membros da aliança de inteligência denominada "Cinco Olhos", que também reúne Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia - e as guerras e conflitos nos quais lutaram lado a lado, como no Afeganistão e no Iraque.

"Nós estivemos juntos tantas vezes e estamos hoje, não só porque enfrentamos ameaças conjuntas, mas porque acreditamos no Estado de Direito, nos direitos fundamentais dos indivíduos de escolher e mudar seus governos e que as economias de livre mercado são o único caminho para as sociedades estáveis e prósperas", opinou.

Além disso, agradeceu a contribuição australiana na luta contra o ebola e destacou as vantagens do livre-comércio, a clareza das regras, a liberdade de imprensa, assim como a necessidade de lutar contra a corrupção.

Cameron chegou ontem à noite a Sydney e hoje foi até Canberra junto com o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, para seu discurso especial no parlamento do país da Oceania.

No fim de semana, participará da Cúpula do G20, que será realizada nos dias 15 e 16 de novembro na cidade de Brisbane.

Acompanhe tudo sobre:Estado IslâmicoEuropaIslamismoPaíses ricosReino Unido

Mais de Mundo

Social-democratas nomeiam Scholz como candidato a chanceler nas eleições antecipadas

Musk critica caças tripulados como o F-35 — e exalta uso de drones para guerras

Líder supremo do Irã pede sentença de morte contra Netanyahu

Hezbollah coloca Tel Aviv entre seus alvos em meio a negociações de cessar-fogo