David Cameron: premier conservador assinalou que a ameaça que do Estado Islâmico precisa de "uma firme resposta" (Francois Lenoir/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 16h42.
Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, anunciou nesta segunda-feira um endurecimento das leis antiterroristas, que darão poderes temporários à polícia para confiscar passaportes de suspeitos de terrorismo, em resposta ao avanço dos jihadistas no norte do Iraque.
Em um comparecimento à câmara dos Comuns, Cameron detalhou uma série de medidas contra "a ameaça" que supõem os jihadistas de origem britânica que combatem na Síria e no Iraque, medidas que incluem, entre outras, a possibilidade da polícia fronteiriça confiscar os passaportes de suspeitos de terrorismo.
Além disso, as companhias aéreas deverão enviar listas de seus passageiros às autoridades britânicas em um prazo suficiente para identificar possíveis extremistas, enquanto aqueles que estiverem no exterior serão impedidos de retornar ao país.
O "premier" conservador assinalou que a ameaça que supõe "a barbárie" do grupo radical Estado Islâmico (EI) precisa de "uma firme resposta" com dois objetivos: evitar que os possíveis extremistas viajem ao estrangeiro, mas também atuar contra os que se encontram dentro do país e supõem "um risco atual".
As autoridades também terão novos poderes para impulsionar uma série de medidas preventivas, as quais permitirão restringir a liberdade de movimento, como ocorria no passado com as chamadas ordens de controle domiciliário, que submetem toque de recolher e estrita vigilância de supostos terroristas.
Na última semana, o governo britânico elevou a "grave" - o quarto grau em uma escala de um a cinco - seu nível de alerta por terrorismo perante a evolução dos conflitos na Síria e Iraque, locais onde alguns muçulmanos britânicos combatem junto aos jihadistas.
Para Cameron, é preciso utilizar todos os recursos possíveis, do diplomático ao de segurança, e atuar "de forma dura e inteligente" perante a ameaça de um grupo que quer perpetuar um modo de vida "medieval" e que, segundo ele, "não tem nada com o islã".
Calcula-se que cerca de 500 muçulmanos britânicos estejam na Síria e no Iraque para combater na ofensiva liderada pelos extremistas do EI, informou Cameron, que lembrou que esse número chega a 400, na Alemanha, e 700, na França.
Em seu comparecimento parlamentar, o primeiro-ministro assinalou que apoiar os valores britânicos "não é uma opção, mas uma responsabilidade" para que vive no Reino Unido, e se mostrou convencido de que, finalmente, poderá "derrotar o extremismo e garantir nossa forma de vida às próximas gerações".