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Reino Unido e UE prorrogam prazo para acordo pós-Brexit

Prazo final para negociações, que duram quase um ano, havia sido estipulado para este domingo

Boris Johnson: primeiro-ministro do Reino Unido (Andrew Parsons/Nº 10 Downing Street/Divulgação)

Boris Johnson: primeiro-ministro do Reino Unido (Andrew Parsons/Nº 10 Downing Street/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de dezembro de 2020 às 10h43.

A União Europeia e o Reino Unido decidiram fazer um esforço extra para tentar fechar um acordo comercial pós-Brexit e evitar uma separação mais difícil e custosa para o comércio entre o país e o bloco.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tinham estabelecido este domingo (13) como o prazo final para um avanço ou ruptura nas negociações, mas decidiram estender esse prazo.

"Apesar da exaustão, após quase um ano de negociações e apesar do fato de os prazos terem sido perdidos várias vezes, nós dois acreditamos que é responsável, neste momento, ir mais longe", declarou von der Leyen, neste domingo, ao comentar sobre uma ligação telefônica com Johnson realizada mais cedo. "Concordamos em demandar que os nossos negociadores continuem as conversas para ver se um acordo pode ser alcançado, mesmo nesse estágio tardio", acrescentou. As negociações serão realizadas em Bruxelas, na sede da UE.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, elogiou o desenvolvimento e disse que deve ser feito de tudo para que um acordo seja possível, mas alertou que não poderia haver um acordo "a qualquer preço". "O que queremos é um bom negócio, um acordo que respeite esses princípios de fair play econômico e, também, esses princípios de governança".

Com menos de três semanas até a separação final entre Reino Unido e UE, questões-chave do relacionamento futuro entre o bloco de 27 nações e seu ex-membro permanecem sem solução, como regras de concorrência justa, mecanismos para resolver disputas e direitos de pesca.

A Grã-Bretanha deixou a UE em 31 de janeiro, mas permanece em suas estruturas econômicas até o fim de um período de transição, em 31 de dezembro. Sem um acordo, o Reino Unido comercializará com o bloco nos termos da Organização Mundial do Comércio (OMC), com todas as tarifas e barreiras que isso traria.

O governo do Reino Unido reconheceu que uma saída sem acordo provavelmente trará um impasse nos portos britânicos, escassez temporária de alguns bens e aumentos de preços de alimentos básicos. As tarifas serão aplicadas a muitos produtos britânicos incluindo 10% para carros e mais de 40% para cordeiros.

Para alavancar as negociações, os negociadores impuseram vários prazos, mas nenhum aproximou as partes em questões-chave. Embora ambos os lados desejem um acordo sobre os termos de um novo relacionamento, eles têm visões fundamentalmente diferentes sobre o que isso implica.

A UE teme que o Reino Unido reduza os padrões sociais e ambientais e injete dinheiro estatal nas indústrias britânicas, tornando-se um rival econômico de baixa regulamentação. Por isso exige garantias de "igualdade de condições" em troca de acesso a seus mercados. O governo britânico, por sua vez, afirma que a UE está tentando vincular o Reino Unido às regras e regulamentos do bloco indefinidamente, em vez de tratá-lo como uma nação independente.

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