Theresa May: a fronteira da Irlanda é um entrave nas negociações do Brext (Toby Melville/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 13h21.
Londres - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, "não contempla" negociar um pacto bilateral com o governo de Dublin sobre a salvaguarda para evitar uma fronteira na ilha da Irlanda após o "Brexit", informou nesta segunda-feira seu porta-voz.
A fonte também negou que a chefe do Executivo planeje revisar o Acordo de Belfast (1998), que acabou com anos de conflito na Irlanda do Norte, para facilitar a aprovação do seu tratado para a saída da União Europeia (UE).
"A primeira-ministra deixou claro em várias ocasiões que estamos comprometidos a respeitar integralmente o acordo de paz de Belfast e a oferecer uma solução que evite uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a Irlanda", declarou.
Por sua vez, o governo irlandês e a Comissão Europeia também indicaram que é inviável chegar a tal acordo bilateral, já que a UE negocia em bloco, o que desmentiria informações surgidas na imprensa britânica no fim de semana.
May irá hoje à Câmara dos Comuns para expor um plano alternativo depois que seu pacto do "Brexit" foi rejeitado pelos deputados na semana passada.
Segundo o seu porta-voz, a primeira-ministra tenta encontrar uma solução para o assunto da salvaguarda para evitar uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a Irlanda - o que prejudicaria o processo de paz de 1998 -, o ponto mais conflituoso do seu acordo para a saída da UE.
Esta salvaguarda estabelece que o Reino Unido permaneça em uma união aduaneira com os membros da UE, com um status especial para a província britânica da Irlanda do Norte, se Londres e Bruxelas não chegarem a um pacto comercial bilateral ao fim do período de transição após o "Brexit", em 2020 ou 2021.
Muitos conservadores e seus aliados parlamentares do Partido Unionista Democrático (DUP), da Irlanda do Norte, temem que esta cláusula mantenha ao Reino Unido atado à UE indefinidamente e veem ameaçada a integridade territorial do país.
Enquanto May se empenha em salvar seu acordo, espera-se que deputados de vários partidos apresentem hoje emendas à moção governamental, com as quais esperam determinar os próximos passos no processo do "Brexit", que deve ser consumado no próximo dia 29 de março.