Governo britânico decidiu dar "prioridade" ao seu planejamento para uma retirada do Reino Unido da UE sem acordo (Peter Nicholls/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de dezembro de 2018 às 11h26.
Londres - O Governo britânico decidiu nesta terça-feira dar "prioridade operacional" ao seu planejamento para uma retirada do Reino Unido da União Europeia (UE) sem acordo, mas o objetivo ainda é uma saída com pacto, informou o ministro do "Brexit", Steve Barclay.
A decisão foi adotada após uma reunião de Gabinete para avaliar se era necessário aumentar os preparativos para um possível "Brexit" sem pacto, após os problemas para que o Parlamento britânico dê sinal verde ao acordo negociado entre Londres e Bruxelas.
"Como parte de um contínuo preparativo para (uma saída) sem acordo, um Governo responsável necessita assegurar que estamos preparados para essa opção, que não queremos que aconteça", acrescentou.
"É por isso que o Gabinete acordou que se preparar para uma ausência de acordo será uma prioridade operacional dentro do Governo, mas a nossa prioridade geral continua sendo conseguir um pacto", explicou o titular do "Brexit" em uma declaração.
O ministro acrescentou que o Governo dará mais diretrizes a famílias e empresas sobre como devem se preparar em caso de uma retirada do Reino Unido da UE - em 29 de março de 2019 - sem texto ratificado.
Este planejamento, especificou, será ainda mais prioritário para as empresas de todo o país faltando apenas 101 dias para o "Brexit".
"A prioridade do Governo continua sendo conseguir um plano, mas necessitamos admitir que, quando faltam 14 semanas (para o brexit), um Governo responsável se prepara para a eventualidade sobre a falta de acordo", insistiu Barclay.
A Câmara dos Comuns votará o acordo do "Brexit" pactuado entre o Governo de Theresa May e os líderes da UE na semana que começa na segunda-feira, 14 de janeiro, depois que a votação desse pacto foi suspensa no último dia 11 diante da clara oposição de muitos deputados conservadores e da oposição.
A chefe do Governo já indicou que os líderes da UE se mostraram a favor da apresentação de "esclarecimentos" sobre os assuntos do pacto que inquietam os deputados, concretamente, a "salvaguarda" pensada para evitar uma fronteira física entre as duas Irlandas.
Essa salvaguarda ou "garantia" prevê que o Reino Unido permaneça na união aduaneira e que a Irlanda do Norte também esteja alinhada com certas normas do mercado único até que seja estabelecida uma nova relação comercial entre ambas as partes, que deve ser negociada no período de transição, entre 29 de março de 2019 e o final de 2020.