Uma mulher caminha pelo centro de Manchester, Reino Unido, em 7 de dezembro de 2020 (Christopher Furlong/Getty Images)
Ligia Tuon
Publicado em 8 de dezembro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 08h55.
O Reino Unido começa nesta terça-feira, 8, a vacinar sua população contra a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O país foi o primeiro a aprovar a vacina da Pfzer/BioNtech, conforme anúncio feito na quarta-feira passada.
Margaret Keenan, uma avó de 90 anos da Irlanda do Norte, se tornou a primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfzer/BioNtech contra covid-19 fora de um ensaio clínico na manhã desta terça-feira (8).
Idosos acima de 80 anos e funcionários da área da saúde terão prioridade. Desta forma, a imunização em massa deverá ocorrer no país em 2021.
O Reino Unido comprou 40 milhões de doses da vacina, o suficiente para vacinar 20 milhões de pessoas, já que cada uma tem de tomar duas doses.
O Reino Unido enfrentou os maiores níveis de contágio e de mortalidade da Europa durante a primeira onda da pandemia. Com centenas de milhares de casos confirmados, o país registra 60.000 mortes relacionadas à doença.
Nesta segunda-feira, o jornal britânico The Independent publicou uma pesquisa que revela resistência de boa parte da população em relação à vacina da Pfizer.
Mais de um terço dos britânicos diz que não pretende participar do plano. A principal preocupação das pessoas é que ela não será segura (48%), não será eficaz (47%) ou poderá ter efeitos colaterais (55%).
A eficácia do imunizante Pfizer/BioNTech é de 95%, de acordo com cientistas. O antídoto seguiu meses de testes clínicos rigorosos e segurança, qualidade e eficácia comprovados, reitera a autoridade do setor de saúde britânica.
Em novembro, a Comissão Europeia anunciou a compra de 600 milhões de doses de vacina de diversos laboratórios e aguarda apresentação do plano de vacinação dos países do bloco.
Apesar de ter divulgado recentemente um cronograma de vacinação - que irá privilegiar idosos com 75 anos ou mais, trabalhadores da área de saúde e indígenas -, o Ministério da Saúde pretende começar a vacinar a população em março.
A pasta, porém, ainda não comprou nenhuma vacina. Para que o processo avance, algum imunizante precisa ser aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Enquanto isso, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira que a imunização no estado começa no dia 25 de janeiro e que qualquer cidadão brasileiro poderá participar.
A aposta de Doria é a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A vacina ainda está na terceira fase de teste e precisa passar pelo aval da Anvisa.