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Rei do Marrocos anuncia mudanças depois de pressão popular

Segundo Mohammed VI, primeiro-ministro vai ganhar mais atribuições e o Judiciário será um poder independente

Mulher protesta contra governo com a bandeira do Marrocos e uma foto do rei Mohammed VI (Spencer Platt/Getty Images)

Mulher protesta contra governo com a bandeira do Marrocos e uma foto do rei Mohammed VI (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 11h08.

Brasília – Em meio a protestos e cobranças de manifestantes, o rei do Marrocos, Mohammed VI, anunciou uma reforma ampla na Constituição. No entanto, ele evitou mencionar as manifestações que ocuparam as principais ruas de várias cidades marroquinas desde o final de fevereiro. Segundo o monarca, com a reforma, o primeiro-ministro e os partidos políticos vão ter mais poderes no país. Até junho uma comissão vai apresentar as conclusões ao rei.

As informações são da rede de rádio estatal francesa, a Rádio França Internacional (RFI). Em um discurso à nação, o rei citou sete pilares que sustentarão as reformas. De acordo com ele, o primeiro-ministro ganhará mais atribuições e a Justiça marroquina será um poder independente.

Para os manifestantes, o discurso do monarca foi representativo e respondeu, em parte, aos apelos pois será instaurado um Conselho Constitucional. O conselho deve elaborar as propostas e, em três meses, apresentar as sugestões ao rei.

A série de manifestações no Marrocos ocorre desde o último dia 20. Mohamed VI não citou os acontecimentos, mas ele é mantido informado, segundo assessores, sobre a organização dos protestos por meio da internet e do apoio do movimento juvenil. Para o próximo dia 20 está previsto um ato em várias cidades do país.

A onda de protestos no Norte da África e no Oriente Médio ocorre desde janeiro. Na Tunísia, o então presidente Zine Ben Ali se viu obrigado a deixar o país e abrir mão do poder, depois de mais de duas décadas. No Egito, o também então presidente Hosni Mubarack renunciou após 29 anos no governo. A crise mais grave do momento é na Líbia onde o presidente Muammar Kadhafi, há 41 anos no poder, enfrenta uma onda de protestos que pedem sua saída do governo.

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