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Rei da Tailândia aprova governo dominado por generais

Novo governo foi aprovado neste domingo oficialmente pelo monarca, Bhumibol Adulyadej


	Soldados tentam manter o controle durante protesto na Tailândia
 (Damir Sagolj/Reuters)

Soldados tentam manter o controle durante protesto na Tailândia (Damir Sagolj/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2014 às 11h37.

Bangcoc - O novo governo da Tailândia, no qual 11 generais em ativo ou aposentados ocupam os cargos chave, foi aprovado neste domingo oficialmente pelo monarca, Bhumibol Adulyadej, indicou a imprensa local.

O general Prayuth Chan-ocha, responsável pelo golpe de Estado de 22 de maio, apresentou o governo uma semana após ser eleito primeiro-ministro pela Assembleia Nacional, formada em sua maioria por afins à junta militar.

O gabinete inclui aliados próximos de Prayuth como o chefe das Forças Armadas, o general Tanasak Patimapragorn, como vice-primeiro-ministro e titular de Relações Exteriores, e general Prawit Wongsuwan, também vice-primeiro-ministro e titular da Defesa.

O ex-chefe do Exército Anupong Paochinda, que também participou do levante de 2006, dirigirá o Ministro do Interior.

A carreira e alianças de Prayuth estão condicionadas por seus primeiros estudos na classe 12 da Academia Preparatória das Forças Armadas, onde entabulou uma amizade com Anupong.

Da mesma forma que Anupong e Prawit Wongsuwan, Prayuth militou no grupo "Tigres Orientais", uma facção militar leal à monarquia, dentro do 21° Regimento de Infantaria, os "Guardas da Rainha".

Nos últimos meses, Prayuth monopolizou todo o poder como chefe do Exército, líder da junta militar e primeiro-ministro.

Os 12 membros da junta militar no novo governo compartilharão as responsabilidades em ambos organismos.

Os militares asseguram que o motivo do passado golpe de Estado era acabar com o espiral de violência após mais de seis meses de protestos nos quais morreram 28 pessoas e centenas ficaram feridos.

No entanto, seus críticos os acusam de trabalhar em conivência com a elite burocrática e os círculos próximos à monarquia.

Desde do levante, centenas de políticos, ativistas, acadêmicos e jornalistas foram detidos, intimidados e obrigados a renunciar toda atividade política de oposição ou crítica ao novo regime militar.

Prayuth prometeu que, após um período de reformas, convocará eleições parlamentares em 2015.

A Tailândia vive uma grave divisão política desde o golpe de Estado de 2006 contra o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que vive no exílio para evitar uma condenação por corrupção.

Sua irmã, a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, foi destituída em uma controvertida decisão judicial dias antes do pronunciamento militar de maio e também é acusada em vários casos de corrupção.

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