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Regime sírio permanece alerta em Damasco

Capital do país foi palco de manifestações inéditas nos últimos dias

Tanques do exército sírio patrulham ruas de Zabadani, nos subúrbios de Damasco
 (LCC Syria/AFP)

Tanques do exército sírio patrulham ruas de Zabadani, nos subúrbios de Damasco (LCC Syria/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2012 às 14h59.

O regime sírio reforçou suas tropas na cidade rebelde de Homs (centro), onde a situação humanitária se torna insuportável, e as mantém em estado de alerta em Damasco, a capital, palco de manifestações inéditas nos últimos dias.

Na "capital da revolução", que continua sendo alvo de bombardeios pelo 16º dia consecutivo e para onde chegaram reforços de tropas no domingo, os militantes pediram que seja permitida a evacuação das mulheres e das crianças de Baba Amr, o bairro mais atingido pelos ataques.

"Pedimos que nos permitam retirar as mulheres e as crianças de Baba Amr", declarou à AFP Hadi Abdullah, membro da Comissão Geral da Revolução Síria.

"Os habitantes vivem no frio e em condições insuportáveis, esperam a morte", acrescentou, quando desde 4 de fevereiro vários bairros de Homs estão sitiados e são bombardeados permanentemente pelas forças do regime para esmagar a revolta.

No domingo, Abdullah havia afirmado que "novos reforços militares foram enviados à cidade", temendo que fossem utilizados para lançar um ataque contra Baba Amr ou atacar outros bairros rebeldes de Homs, chamada de "capital da revolução" pelos militantes.

"Desde o início da ofensiva, há a possibilidade de um ataque, mas não se sabe quando ele irá ocorrer", disse.

Em Damasco, que nos últimos dias foi palco de manifestações sem precedentes, os serviços de segurança permaneciam em estado de alerta.


"Depois da surpresa das manifestações, o regime revisa seus cálculos em nível da segurança", considerou Abdel Rahman, acrescentando: "O regime não permitirá que Damasco se rebele contra ele".

No sábado, as forças de segurança dispararam contra os "15.000 a 20.000" participantes nos funerais de quatro manifestantes mortos na sexta-feira no bairro de Mazé, os primeiros mortos no centro da capital.

A apenas um quilômetro do palácio presidencial, no bairro de Mazé há vários edifícios governamentais, de segurança e embaixadas.

Devido à mobilização de forças de segurança na capital, a mobilização diminuiu no domingo, com alguns protestos de estudantes do ensino médio e o fechamento de lojas nos bairros tradicionalmente contrários ao regime.

Nesta segunda-feira, jovens içaram a "bandeira da independência" da Síria na ponte al-Jawzeh, na entrada sul da capital, segundo um vídeo divulgado por militantes.

Diante da crise que se agrava, a comunidade internacional dividida em relação à Síria não parece disposta a intervir para além das condenações.

O general Martin Dempsey, o oficial de maior hierarquia do exército americano, considerou no domingo na CNN que uma intervenção na Síria seria "muito difícil" e que seria "prematuro" armar o movimento de oposição.


No dia 12 de fevereiro, a Liga Árabe havia decidido dar um apoio político e material à oposição e pedir ao Conselho de Segurança a formação de uma força conjunta ONU-árabes, mas até o momento estas ideias receberam apenas o apoio verbal das potências ocidentais.

Já o Conselho Nacional Sírio (CNS), a maior instância da oposição ao regime do país, participará na sexta-feira da teleconferência internacional sobre a crise que será realizada na Tunísia, anunciou nesta segunda-feira em Roma o ministro tunisiano das Relações Exteriores, Rafik Abdessalem.

"O Conselho Nacional Sírio, assim como outros membros da oposição, serão representados na Tunísia", anunciou Abdessalem, ao término da nona conferência de ministros das Relações Exteriores dos países do Mediterrâneo Ocidental.

A China, que com a Rússia bloqueou em duas ocasiões resoluções da ONU condenando a repressão na Síria, advertiu nesta segunda-feira que um apoio ocidental aos insurgentes pode desencadear uma guerra civil.

No campo diplomático, o Egito convocou seu embaixador na Síria, uma decisão criticada pelos manifestantes, segundo os quais teria sido melhor se tivesse bloqueado os navios iranianos que entraram no Mediterrâneo depois de passarem pelo Canal de Suez.

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