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Regime sírio e Rússia bombardeiam territórios rebeldes

Depois de retomar o controle de Damasco, o governo Assad e seus aliados querem retomar o controle da região do sul do país

Bombas em Damasco, na Síria (SANA/Reuters)

Bombas em Damasco, na Síria (SANA/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de junho de 2018 às 15h45.

Última atualização em 27 de junho de 2018 às 15h45.

Os bombardeios do regime de Damasco e seus aliados russos nos territórios rebeldes do Sul da Síria mataram civis e inutilizaram três hospitais, dentro da nova ofensiva para reconquistar esta região estratégica.

Após ter consolidado seu poder na capital, Damasco, e seus arredores, o regime de Bashar al-Assad se concentram agora no sul, região que faz fronteira com a Jordânia e as Colinas do Golã, parcialmente ocupadas por Israel.

Três hospitais situados em setores rebeldes da província de Deraa, no sul da Síria, foram atingidos por bombardeios do Exército russo, que apoia o governo Bashar al-Assad.

Ao menos 17 civis morreram, incluindo seis crianças, nos bombardeios contra posições rebeldes nesta quarta, segundo informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a ONU, ao menos 45.000 civis fugiram dos combates em Deraa.

Além disso, 750.000 civis que vivem nas zonas rebeldes do sul estão ameaçados pelas operações do regime.

Os ataques aéreos desta quarta danificaram os hospitais das localidades de Saida, Al-Mseifra e Al-Jiza, em mãos rebeldes, indicou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

"O hospital de Saida está fora de serviço desde a madrugada de quarta-feira por ataques aéreos não identificados perto das infraestruturas", completou.

Segundo Abdel Rahman, outros bombardeios identificados como russos alcançaram o setor do centro médico de Al-Mseifra e teve de fechar, assim como o de Al-Jiza.

Com isso, já são cinco os hospitais inutilizados neste setor desde 19 de junho.

O setor é estratégico, dada sua proximidade geográfica de Israel e da Jordânia. Até agora, reinava no sul da Síria relativa calma, em um país dilacerado por uma guerra complexa que começou em 2011 e deixou mais de 350 mil mortos.

A zona estava sujeita desde julho de 2017 a um cessar-fogo negociado diretamente entre a Rússia, a Jordânia e os Estados Unidos.

O regime sírio, que tem registrado seguidas vitórias desde o início do apoio militar russo, já controla 65% do território nacional e está disposto a estabelecer seu poder em todo o país.

Mas os civis são novamente as vítimas colaterais dos combates. Pelo menos 63 pessoas morreram desde o início da ofensiva atual, em 19 de junho.

"Há mais de três dias, aviões sírios e russos não deixaram o céu", relatou Ahmad Abazeid, um militante que fugiu de Hirak, no leste da província de Deraa.

"As pessoas estão perdidas, não sabem mais para onde ir, algumas estão perto da fronteira com a Jordânia e outras na fronteira com Israel", acrescentou.

Reiterando a posição oficial de seu país, o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman al-Safadi, alertou na terça-feira à noite que seu país não poderia acomodar um novo fluxo de refugiados. Na Jordânia já existem 650 mil refugiados sírios registrados pelas Nações Unidas.

 

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