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Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 06h48.
Damasco - O regime sírio denunciou nesta terça-feira a execução na semana passada de mais de 100 civis por grupos "terroristas", como as autoridades chamam os opositores, na cidade de Adra, ao norte de Damasco.
Em duas cartas enviadas à ONU divulgadas pela agência oficial "Sana", o Ministério das Relações Exteriores sírio condenou o massacre e acusou a Frente al Nusra, vinculada à Al Qaeda, a Brigada do Islã e a Frente Islâmica de serem autoras da ação.
Na semana passada, o Observatório Sírio de Direitos Humanos informou sobre a execução em Adra, no dia 11 de dezembro, de 32 cidadãos drusos e alauitas, seita a qual pertence o presidente Bashar al Assad, por parte de combatentes islamitas sunitas.
O governo de Damasco afirmou que tinha ocorrido um massacre em Adra mas até agora não tinha divulgado o número de vítimas.
Nas mensagens, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que "terroristas" dispararam contra alguns funcionários públicos que viviam nessa população, os mutilaram e queimaram suas casas.
As outras vítimas, segundo as autoridades, foram trancadas em uma padaria da cidade, que em seguida foi explodida.
O ministério acrescentou que os agressores sequestraram um número indeterminado de civis.
O Executivo sírio se queixou, além disso, das campanhas de incitação contra a Síria em meios de comunicação financiados pela Arábia Saudita e o Catar, de onde seriam divulgados textos islâmicos de tendência jihadista que promovem a discórdia e o assassinato.
A chancelaria lembrou as chamadas do líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, para que se organizem ataques terroristas em território sírio.
O ministério exigiu que o Conselho de Segurança da ONU assuma sua responsabilidade na hora de aplicar as resoluções que proíbem o terrorismo e seu apoio.
Em Adra se localiza um dos maiores polígonos industriais da Síria. A região fica perto da fronteira com o Líbano, onde o exército iniciou uma ofensiva em meados de novembro para expulsar os opositores.
Na quinta-feira passada, as forças armadas anunciaram o lançamento de operações especiais em Adra, a cerca de 40 quilômetros ao norte de Damasco, após o massacre do dia anterior, sem divulgar o número de vítimas.