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Regime norte-coreano prepara terreno para posse de Kim Jong-un

Figura praticamente desconhecida até o ano passado, ele é o virtual sucessor de Kim Jong-il, que em 1994 assumiu as rédeas da Coreia do Norte

Campanha prepara caminho de Jong-un ao poder em uma transição que deixa a Coreia do Sul em estado de alerta (AFP)

Campanha prepara caminho de Jong-un ao poder em uma transição que deixa a Coreia do Sul em estado de alerta (AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2011 às 12h57.

Seul - A Coreia do Norte reforçou nesta quarta-feira uma campanha para fortalecer o culto à imagem do jovem Kim Jong-un, filho mais novo do falecido Kim Jong-il, e preparar seu caminho ao poder em uma transição que deixa a Coreia do Sul em estado de alerta.

'Respeitado camarada' e 'nascido do céu' são alguns dos termos usados pela imprensa norte-coreana para se referir ao jovem Kim Jong-un, principalmente na televisão estatal 'KCTV', que nesta quarta-feira emitiu novas imagens do jovem durante sua visita ao velório de seu pai.

Nestas novas imagens, Jong-un aparece cumprimentando diplomatas norte-coreanos e outras pessoas que participavam da cerimônia de condolências da morte de Kim Jong-il, cujo corpo segue no Palácio Memorial de Kumsusan, situado nos arredores de Pyongyang.

Kim Jong-un, uma figura praticamente desconhecida até o ano passado, é o virtual sucessor de Kim Jong-il, que em 1994 assumiu as rédeas da Coreia do Norte após a morte de seu próprio pai, Kim Il-sung, com muito mais experiência nos círculos políticos e militares que seu filho mais novo possui agora.

Nomeado general de quatro estrelas e vice-presidente da Comissão Militar Central do partido único em 2010, Jong-un emitiu sua primeira ordem militar na última segunda-feira, poucas horas antes da divulgação da morte do 'querido líder'.

Nesta ocasião, segundo informou nesta quarta-feira a agência sul-coreana 'Yonhap', Kim Jong-un ordenou que todas as unidades militares interrompessem seus treinamentos e retornassem para suas bases, em um gesto de aparente conteúdo simbólico, o qual poderia mostrar sua vontade de controlar as Forças Armadas.

O enorme Exército Popular norte-coreano, com mais de um milhão de soldados, é chave na estrutura de poder do país comunista. Mas, na vizinha Coreia do Sul, os analistas especulam que o fato de Jong-un pertencer à dinastia não seria suficiente para obter um apoio durável da veterana cúpula militar.

Relatórios dos serviços sul-coreanos de Inteligência, divulgados nesta quarta-feira, apontam que uma comissão do Partido dos Trabalhadores poderia se responsabilizar pelos assuntos mais urgentes do país até que Kim Jong-un assuma o controle total do país.

No entanto, até o momento, não há informações que os cargos antes ocupados por Kim Jong-il, como o de secretário-geral do partido único e comandante supremo do Exército, tenham sido definidos.

O Governo da Coreia do Sul - tecnicamente em guerra com seu vizinho por não ter assinado até hoje um tratado de paz após o conflito de 1950-53 - mantém uma atitude de cautela e expectativa, embora nesta quarta-feira o governo tenha autorizado o envio de condolências ao Norte por parte de cidadãos e organizações privadas.

Entre os primeiros a prestar condolências esteve uma das seitas budistas da Coreia do Sul, a da escola Won, que mostrou suas condolências aos norte-coreanos 'em profunda pena após a súbita morte de teu líder'.

Também expressou seus 'sinceros pêsames' a presidente do conglomerado Hyundai, Hyun Jeong-eun, que lembrou os 'esforços pela reconciliação das Coreias' através de um projeto turístico em conjunto que ambos os países mantinham no monte Kumgang. Atualmente, o projeto está paralisado.

O outro grande projeto que compartilhado por ambos os países é o parque industrial de Kaesong, também em território norte-coreano, onde mais de 100 fábricas sul-coreanos funcionavam com normalidade e empregam 48,6 mil funcionários norte-coreanos.

As informações vindas de Pyongyang que chegam até Seul descrevem uma cidade em luto, onde grandes imagens de Kim Jong-il foram colocadas nos espaços públicos para que os cidadãos se reúnam para prestar seus cumprimentos e chorar sua morte, além de esperar que um novo líder assuma o comando do país. 

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