Mundo

Região das Américas é declarada livre do sarampo

O resultado, segundo a Opas, culmina um esforço de 22 anos de ampla administração da vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola no continente


	Criança sendo vacinada: o resultado, segundo a Opas, culmina um esforço de 22 anos de ampla administração da vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola no continente
 (AFP/Arquivos)

Criança sendo vacinada: o resultado, segundo a Opas, culmina um esforço de 22 anos de ampla administração da vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola no continente (AFP/Arquivos)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2016 às 17h47.

A região das Américas é a primeira do mundo a ser declarada livre do <a href="https://exame.com.br/topicos/sarampo"><strong>sarampo</strong></a>. A avaliação foi oficializada hoje (27) pelo Comitê Internacional de Peritos de Documentação e Verificação da Eliminação do Sarampo, Rubéola e Síndrome de Rubéola Congênita nas Américas, durante o 55º Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).</p>

Com a declaração, o sarampo se torna a quinta doença prevenível por vacinação a ser eliminada nas Américas, após a erradicação da varíola, em 1971; da poliomielite, em 1994, e da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2015.

O resultado, segundo a Opas, culmina um esforço de 22 anos de ampla administração da vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola no continente.

Antes do início da vacinação maciça, em 1980, o sarampo causava cerca de 2,6 milhões de mortes por ano no mundo. Entre 1971 e 1979, foram cerca de 100 mil óbitos somente nas Américas.

Um estudo sobre a efetividade da eliminação do sarampo na América Latina e no Caribe estima que, com a imunização, os países da região preveniram 3,2 milhões de casos e 16 mil mortes entre 2000 e 2020.

Último caso na região

De acordo com a Opas, a transmissão do vírus do sarampo nas Américas foi interrompida em 2002, quando o último surto endêmico foi notificado na região. Entretanto, como o sarampo continua circulando em âmbito mundial, alguns países haviam notificado casos importados.

Entre 2003 e 2014, o número total de casos de sarampo importados ou relacionados à importação do vírus chegou a 5.077 no continente.

No Brasil, surtos isolados e ligados a vírus importados começaram em 2013 e registraram os últimos casos no ano passado. O Comitê Internacional de Peritos esperou a comprovação das evidências da interrupção antes de anunciar a declaração confirmada hoje. A eliminação do sarampo no Brasil foi declarada em julho pela Opas. 

A doença

O sarampo é classificado pela Opas como uma das doenças mais contagiosas e afeta sobretudo crianças. É transmitido por gotas de saliva procedentes do nariz, boca e garganta de pessoas infectadas.

Os sintomas incluem febre alta, erupção generalizada em todo o corpo, congestão nasal e irritação ocular.

A doença pode causar complicações graves como cegueira, encefalite, diarreia intensa, infecções do ouvido e pneumonia, sobretudo em crianças com problemas de nutrição e pacientes imunodeprimidos. Em 2015, foram notificados 244.704 casos de sarampo no mundo – mais da metade na África e na Ásia.

Vigilância e vacina

Para manter a eliminação do sarampo, a Opas recomenda a todos os países das Américas que fortaleçam a vigilância ativa e mantenham a imunidade de sua população por meio da vacinação.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEpidemiasSarampoSaúde

Mais de Mundo

Por que apenas sete mulheres podem vestir branco diante do Papa

"Vou fazer muito menos no futuro", diz Elon Musk sobre gastos na política

Após Trump, União Europeia se prepara para retirar sanções financeiras contra a Síria

OMS aprova acordo internacional para prevenir pandemias