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Refugiados se desesperam após Hungria fechar fronteiras

Na noite de segunda-feira, a fronteira estava fechada e a via ferroviária foi bloqueada por um vagão unido a uma cerca de arame farpado


	Refugiados na passagem de Horgos, na fronteira da Hungria com a Sérvia: "Havia ouvido dizer que os húngaros iam fechar suas fronteiras, mas nos diziam que seria na terça-feira", lamentou na segunda-feira Hassan, refugiado sírio
 (Reuters / Marko Djurica)

Refugiados na passagem de Horgos, na fronteira da Hungria com a Sérvia: "Havia ouvido dizer que os húngaros iam fechar suas fronteiras, mas nos diziam que seria na terça-feira", lamentou na segunda-feira Hassan, refugiado sírio (Reuters / Marko Djurica)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 13h40.

Quinze policiais húngaros, de braços cruzados, posicionam-se na via férrea para impedir que os migrantes na Sérvia passem para o país.

Uma mulher com um bebê começa a chorar. Ebahi, seu marido, tenta consolá-la. Outras mulheres e crianças também choram.

Esta família, entre muitas outras que fogem das zonas em guerra de Síria, Iraque e Afeganistão, é uma das primeiras a se deparar com o fechamento da passagem de Roszke, uma das mais importantes para entrar na União Europeia.

"Havia ouvido dizer que os húngaros iam fechar suas fronteiras, mas nos diziam que seria na terça-feira", lamentou na segunda-feira Hassan, um sírio de 30 anos originário de Aleppo que sonha em ir à Suécia.

Os policiais, uniformizados e equipados com capacetes e cassetetes, permanecem impassíveis. Ninguém passará. Outros colocam arame farpado na via.

Rapidamente dezenas de colegas se unem a eles, alguns deles a cavalo, e militares. Os helicópteros sobrevoam o local.

Conta-gotas

Desde que Budapeste colocou uma cerca nos 175 km da fronteira entre Sérvia e Hungria, a passagem pela via férrea de Roszke, de 40 metros, era o único lugar pelo qual transitavam os migrantes que entravam na Hungria.

Na noite de segunda-feira, a fronteira estava fechada e a via ferroviária foi bloqueada por um vagão unido a uma cerca de arame farpado.

Dezenas de refugiados seguiam chegando. Entre eles mulheres, crianças e idosos em cadeiras de rodas.

Um jovem carrega nos braços um idoso exausto. Coloca-o no chão diante de policiais inflexíveis. Descansa por cinco minutos.

Dois intérpretes que trabalham para as autoridades húngaras aconselham os migrantes a tomar um caminho que margeia a área bloqueada.

Chegam a um posto fronteiriço oficial situado 2 km a oeste. Ali há um bloqueio nas duas vias utilizadas normalmente pelos carros. Um corredor de um metro de largura e cinquenta de comprimento é improvisado entre blocos de pedras e a área bloqueada.

Ali se amontoam os migrantes autorizados a entrar a conta-gotas na Hungria, país membro da União Europeia (UE), onde nesta terça-feira entrou em vigor uma nova legislação para impedir a passagem de migrantes ao seu território.

Impera a calma, interrompida apenas por discussões entre refugiados impacientes para entrar na Hungria.

Segundo uma funcionária do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), uma vez em território húngaro os refugiados são transportados de ônibus à estação de Roszke.

"Um trem com muitos vagões espera para partir. Também há treze ônibus que esperam e outros que seguem chegando", declarou à AFP. Ela acredita, embora não possa confirmar, que o destino final é a fronteira com a Áustria.

No lado sérvio da fronteira com a Hungria, centenas de migrantes se amontoam. Dois policiais observam a situação sem intervir. As autoridades de Belgrado optaram por manter um "low profile" desde o início da crise migratória.

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