CAMPO DE REFUGIADOS: cerca de 65 milhões de pessoas fogem de zonas de conflito e perseguição no mundo / Chris McGrath/Getty Images
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2016 às 21h11.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.
O assunto muda, mas a pergunta continua no ar. A Assembleia Geral da ONU se reúne hoje para falar sobre a questão das superbactérias, mas a crise dos refugiados continua o problema de primeira dimensão na política internacional. A comissão de refugiados da própria ONU estima que 65,3 milhões de pessoas continuam sua trajetória de fuga forçada de regiões em guerra e conflito — Síria, Afeganistão e Somália correspondem a 52% de todos os refugiados do mundo.
Os líderes que se reúniram na terça-feira prometeram um pacote de ajuda no valor de 4,5 bilhões de dólares em ajuda a refugiados, além do compromisso de dobrar o número de refugiados assentados todos os anos. O presidente americano, Barack Obama, disse que aumentará o limite do número de refugiados aceitos nos Estados Unidos de 85.000 para 110.000 em 2017. Empresários também entraram na roda: 51 companhias americanas anunciaram ajuda em forma de emprego e educação a refugiados, além de 650 milhões de dólares em doações. O bilionário George Soros anunciou que irá investir 500 milhões em empresas, start-ups e iniciativas para refugiados.
A intenção é boa, mas ainda é pouco. Se por um lado essas iniciativas podem ajudar a comprar alimentos e remédios para os refugiados, elas ainda falham em solucionar grande parte dos problemas. Do total de pessoas forçadas a deixar suas casas, cerca de 16 milhões estão sob tutela da ONU, muitas vezes vivendo fora da realidade social dos países para onde vão, em campos de refugiados.
Quase todas as nações assinaram a Convenção de Refugiados de 1951, que obriga países a oferecer abrigo a pessoas que fogem da guerra e perseguição, mas apenas 18% deles estão na Europa ou nas Américas. A própria ONU falha diplomaticamente ao tentar convencer os países a ser mais solidários. Muito pouca gente acredita que os discursos deste ano terão algum poder de mudar essa história.