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Refugiado sírio está há um ano sem poder sair de aeroporto

Mansour, de 27 anos, vive uma situação semelhante a do personagem de Tom Hanks no filme "O Terminal"


	Aeroporto: a única saída seria retornar à Síria, mas dada sua condição de desertor, sua vida corre sério perigo
 (Divulgação / Aeroporto de Istambul Atatürk)

Aeroporto: a única saída seria retornar à Síria, mas dada sua condição de desertor, sua vida corre sério perigo (Divulgação / Aeroporto de Istambul Atatürk)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2016 às 14h39.

Istambul - O sírio Fadi Mansour está há um ano fechado nas dependências do aeroporto Atatürk de Istambul, sem poder entrar nem sair da Turquia, publicou nesta quarta-feira a revista turca "Bianet".

Mansour, de 27 anos, vive uma situação semelhante a do personagem de Tom Hanks no filme "O Terminal", pois não pode entrar nem sair das instalações aeroportuárias da cidade turca.

O jovem fugiu da Síria ao Líbano em 2012 para evitar cumprir o serviço militar, e dali foi à Turquia, mas seus problemas começaram quando tentou, em março do ano passado, voar de Istambul à Malásia.

As autoridades da Malásia negaram sua entrada e o devolveram à Turquia, acusando-o de usar documentação falsa, motivo pelo qual a Turquia também não permitiu sua entrada, e o internou em um quarto destinado a "passageiros problemáticos", que frequentemente divide com outros viajantes que passam temporadas mais breves ali.

Após oito meses, Mansour pôde voar outra vez a Beirute, mas as autoridades libaneses também negaram sua entrada e o devolveram à Istambul, onde agora completa um ano de estadia, sem poder sair nunca do edifício.

A única saída seria retornar à Síria, mas dada sua condição de desertor, sua vida corre sério perigo, e seu advogado o aconselhou a esperar os tribunais turcos decidirem o pedido para que possa se movimentar livremente.

A Anistia Internacional (AI) denunciou o caso na semana passada, assinalando que nenhum representante de uma embaixada estrangeira falou com o jovem, e exigiu das autoridades turcas que o aceitem como refugiado.

Mansour se mantém em contato com o mundo graças a seu computador e suas contas nas redes sociais, enquanto sua manutenção corre a cargo das autoridades de migração.

"Meu prato da cada dia durante um ano. Quer compartilhá-lo?", escreveu hoje no Twitter mostrando a fotografia de um sanduíche.

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