Mundo

Reforma trabalhista polêmica é aprovada na França

A reforma, que agora deve ser promulgada por Hollande, provocou protestos, manifestações e greves contra o governo


	Protesto na França: a reforma, que agora deve ser promulgada por Hollande, provocou protestos, manifestações e greves contra o governo
 (REUTERS/Charles Platiau)

Protesto na França: a reforma, que agora deve ser promulgada por Hollande, provocou protestos, manifestações e greves contra o governo (REUTERS/Charles Platiau)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2016 às 16h55.

Após meses de protestos em massa, divisões internas no governo e debate no Parlamento, a polêmica reforma trabalhista defendida pelo presidente da França, François Hollande, foi aprovada hoje (20) de forma definitiva, depois que a oposição não conseguiu apresentar uma moção de censura à proposta.

“Como não houve nenhuma moção de censura o projeto de lei se considera adotado em leitura definitiva”, anunciou nesta quinta-feira o presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, em breve intervenção na qual também deu por encerrada a sessão extraordinária da Câmara Alta (Senado), que entra recesso e só voltará a se reunir em plenário em setembro.

Desde a apresentação, o projeto de reforma trabalhista foi questionado nas ruas e provocou uma divisão interna no governo socialista, a ponto de que nas duas vezes em que o texto passou pela Câmara Baixa, o primeiro-ministro, Manuel Valls, teve que recorrer a um artigo da Constituição Nacional que permite a sanção sem submeter a iniciativa à votação.

O Artigo 49.3 da Constituição, no entanto, permite que a oposição apresentasse uma moção de censura e derrubasse o projeto de reforma. Mesmo diante de repetidas tentativas, a esquerda crítica ao projeto não conseguiu os votos necessários para a moção, e a direita, que está dividida por causa das primárias presidenciais, não quis dar abertura a uma possível queda do governo de Valls e uma eventual crise política nacional.

A reforma, que agora deve ser promulgada por Hollande, provocou protestos, manifestações e greves contra o governo desde que o primeiro rascunho do projeto foi apresentado, em fevereiro, apesar de a proposta ter sido significativamente alterada após negociação com os sindicatos chamados “reformistas”, especialmente com a Confederação Francesa de Trabalhadores (CFDT).

No entanto, não houve acordo com a Confederação Geral de Trabalhadores e com a maioria dos sindicatos franceses, que argumentam que a reforma busca flexibilizar ainda mais o mercado de trabalho e retirar direitos dos trabalhadores.

Um dos pontos do texto que mais despertou oposição é o que dá preferência aos acordos trabalhistas e salariais por empresas em vez dos tradicionais acordos por setores produtivos.

Assim como os sindicatos, a maioria dos franceses é contra a iniciativa levada adiante por um governo cada vez mais impopular e que no ano que vem terá que renovar seu mandato nas urnas, em um cenário muito incerto, no qual a extrema-direita de Marine Le Pen não para de crescer nas pesquisas.

Acompanhe tudo sobre:Direitos trabalhistasEuropaFrançaFrançois HollandeLegislaçãoLeis trabalhistasPaíses ricosPolíticos

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado