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Referendo da Crimeia corrigiu erro histórico, diz Gorbachev

O último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, apoiou o referendo realizado na Crimeia


	Mikhail Gorbachev: último presidente soviético acrescentou que "é preciso cumprir a vontade do povo e não introduzir sanções"
 (Martin Bernetti/AFP)

Mikhail Gorbachev: último presidente soviético acrescentou que "é preciso cumprir a vontade do povo e não introduzir sanções" (Martin Bernetti/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 11h04.

Moscou - O último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, apoiou nesta segunda-feira o referendo realizado na Crimeia, onde a maioria arrasadora da população se manifestou a favor da união com a Rússia, porque, na sua opinião, corrigiu um erro histórico.

"Se antes a Crimeia foi incorporada à Ucrânia conforme às leis soviéticas, ou seja, segundo as leis do Partido (Comunista da URSS), sem perguntar ao povo, desta vez o povo corrigiu aquele erro", disse Gorbachev à agência "Interfax".

O último presidente acrescentou que "é preciso cumprir a vontade do povo e não introduzir sanções", em referência às pressões que os países do Ocidente pretendem exercer sobre Moscou e ao não reconhecimento da legitimidade da consulta popular na rebelde república autônoma ucraniana.

A estratégica península banhada pelo Mar Negro foi cedida à Ucrânia em 1954 pelo então líder soviético, Nikita Jruschev, quando tanto a Rússia como a Ucrânia faziam parte da URSS.

"Para impor sanções deve haver fundamentos sérios, muito sérios. E estas devem ser respaldadas pela ONU", asseverou.

Para o pai da "perestroika", "a vontade do povo da Crimeia e sua incorporação no seio da Federação Russa como entidade não é esse fundamento".

O parlamento da Crimeia aprovou hoje uma resolução pela qual se declarou independente da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação da península à Rússia.

A declaração de independência chegou depois que 96,77% da população que participou do referendo deste domingo se pronunciou a favor da reunificação com a Rússia, uma consulta na qual 83,1% da população se manifestou.

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