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Refém sequestrada por 11 anos já tinha passado forte trauma

Uma das três reféns de sequestro que durou 11 anos em Cleveland já tinha sido vítima de estupro na escola


	Vizinhos manifestam apoio às três garotas sequestradas em frente à casa onde elas foram feitas reféns por 11 anos
 (Matt Sullivan / Getty Images)

Vizinhos manifestam apoio às três garotas sequestradas em frente à casa onde elas foram feitas reféns por 11 anos (Matt Sullivan / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Michelle Knight, 32, parece não ter tido mais do que momentos infelizes em sua vida. Martirizada durante 11 anos de sequestro e abusos na "casa dos horrores" de Cleveland, Estados Unidos, e vítima de maus-tratos durante a adolescência, ela é a única das três reféns libertadas na última segunda-feira que ainda não se reuniu com a família.

Seu rosto sorridente em três fotografias antigas mostra uma jovem de bochechas redondas e cabelo encaracolado castanho acobreado, que mede menos de 1,50m e era chamada de "Shorty".

Após a sua libertação, não foram divulgadas novas fotos de Michelle, que ganhou o apelido de "a refém esquecida".

Em 23 de agosto de 2002, ela foi a primeira das três vítimas a entrar no carro do suspeito, Ariel Castro, 52. Naquele dia, a jovem deveria comparecer a uma audiência na Justiça para recuperar a guarda do filho.

Segundo a imprensa local, a família reportou a ausência de Michelle, mas, depois de 15 meses, o FBI retirou seu nome da lista de pessoas desaparecidas.

O relatório de busca diz que a jovem não gozava de plenas faculdades mentais e tinha tendência a fugir, o que levou à suspeita de fuga, mais do que de sequestro.

Antes de ser capturada, Michelle já tinha uma história de vida triste. Na escola, foi estuprada por um colega de classe, engravidou, e teve que abandonar os estudos, contou à imprensa um membro de sua família.

O padrasto de Michelle era violento, e chegou a ser preso por ter quebrado o braço de um menino, segundo a imprensa local.


Dias atrás, o jornal "Plain Dealer" publicou que a mãe de Michelle, Barbara Knight, disse ter se arrependido de ter convivido com um homem violento.

Michelle ficou confinada sozinha na casa localizada na Seymour Avenue, em Cleveland, até a chegada de Amanda, e, depois, Gina.

Ela parece ter sido a vítima mais sacrificada, e foi a última a deixar o hospital, na sexta-feira. Segundo a avó, Deborah Knight, "Michelle foi agredida com tanta força que terá que ser submetida a uma cirurgia para a reconstrução do rosto, e perdeu a audição em um dos ouvidos".

Segundo o relato de Michelle aos policiais, ela teria engravidado pelo menos cinco vezes no cativeiro.

"Ariel Castro fez com que ela perdesse o bebê", diz o relatório policial, citado pela rede de TV CBS, que cita pelo menos uma gravidez no período do sequestro. Castro teria feito Michelle passar fome e a agredido na barriga, para que abortasse.

O ex-motorista de ônibus desempregado comprou uma pequena piscina inflável, na qual Amanda Berry deu à luz em 25 de dezembro de 2006. Michelle foi obrigada a ajudar no parto, sob a ameaça de ser morta caso o bebê não sobrevivesse.

No hospital, Michelle rejeitou visitas, inclusive a de sua mãe, que viajou da Flórida até Ohio.

Barbara Knight "veio ao hospital trazendo flores para a filha, mas foi informada de que ela não receberia visitas", disse seu advogado, Jay Milano.

A localização atual de Michelle é desconhecida, e há rumores de que a família de Gina gostaria de adotá-la.

Segundo o advogado que representa as reféns, Michelle passa bem e disse que se reuniria com a família, os amigos e aqueles que a apoiaram no momento adequado.

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