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Refém no ataque ao mercado relembra momentos de terror

"Uma pessoa quis fugir e levou um tiro nas costas", contou uma das reféns de Amédy Coulibaly, ao descrever as horas de terror que viveu em mercado de Paris


	Policiais iniciam entrada no supermercado: no total, quatro judeus foram mortos ao longo do sequestro
 (Getty Images News)

Policiais iniciam entrada no supermercado: no total, quatro judeus foram mortos ao longo do sequestro (Getty Images News)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 15h46.

Paris - "Uma pessoa quis fugir e levou um tiro nas costas", contou Sophie, uma das reféns de Amédy Coulibaly, ao descrever nesta segunda-feira, a uma rádio francesa, as quatro horas de terror que viveu há três dias, no mercado kasher de Paris, atacado pelo jihadista.

"Quando cheguei na entrada do mercado (..), dei de cara com o cadáver de uma pessoa sentada e cabisbaixa. Parecia que eu estava num filme", descreveu à rádio Europe 1 a refém, que foi fazer comprar no mercado de produtos judaicos na sexta-feira, por volta das 12h00 GMT (10h00 horário de Brasília).

No total, quatro judeus foram mortos ao longo do sequestro. O agressor, Amédy Coulibaly, foi morto durante a ação das forças de ordem, por volta das 16h00 GMT (14h00 horário de Brasília).

"No tempo que eu levei para entender o que estava acontecendo, levantei a cabeça e vi o terrorista, que me disse: 'Entra logo!'. Ele estava armado até os dentes (...). Não pude sair, eu estava logo na entrada, mas tive que entrar", explicou Sophie.

"Uma pessoa quis fugir e levou um tiro nas costas", lembrou. Outro refém tentou atacar o jihadista. "Coulibaly largou uma das armas automáticas. Um jovem que estava perto pegou a metralhadora e tentou atirar nele", mas o sequestrador "foi mais rápido e acertou um tiro na garganta do jovem, que caiu na hora...", descreveu Sophie com a voz trêmula.

Em seguida, Sophie foi escolhida por Coulibaly para buscar os clientes refugiados no subsolo, dentro do frigorífico onde tinham sido escondidos por um funcionário do mercado, um muçulmano praticante, Lassana Bathily.

"Infelizmente, havia um pai com seu filho de 3 anos. (...) Eu fiquei pensando que tive que fazer uma criança de 3 anos subir e ver aquilo, foi horrível. No outro frigorífico, não conseguimos abrir a porta e ninguém respondia. Eu falei: 'Deixa para lá, vamos falar que não tinha ninguém'", contou.

Sophie lembra também de ter impedido que o pai da criança tentasse fazer alguma coisa contra Coulibaly. "Na escada, o pai de menino subiu com um extintor de incêndio. Ele me disse: "Eu tirei o pino, vou tentar jogar na cara dele'. Eu falei: 'Você não vai fazer nada! Ele acaba de matar um cara na minha frente, você não vai fazer nada!".

Sophie lembra bem do momento em que a polícia invadiu o mercado. "Houve uma explosão. Todo mundo começou a correr, tentando se esconder em algum lugar. (...) Aos poucos, a porta da loja foi subindo. Foi aí que eu pensei: 'É agora, temos que sair daqui'".

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