AOC: candidata a reeleição está envolta na segunda corrida com mais recursos das eleições de 2020 nos EUA (Andrew Kelly/Reuters)
Thiago Lavado
Publicado em 2 de novembro de 2020 às 18h00.
Última atualização em 2 de novembro de 2020 às 18h07.
A vitória da democrata Alexandra Ocasio-Cortez, um dos principais nomes da ala mais jovem do partido Democrata, chamou a atenção nas eleições legislativas de 2018 nos EUA por ter sido a mulher mais jovem a ser eleita para a Câmara dos Representantes.
Nesta terça-feira, ela disputa a reeleição pelo 14° distrito de Nova York contra o republicano John Cummings, em uma disputa com arrecadação reservada a poucas corridas nos Estados Unidos. No país, a disputa eleitoral para vagas na Casa dos Representantes acontece a cada dois anos e são distritais, com um candidato de cada partido disputando diretamente a cadeira.
Dados do Center for Responsive Politics, apontam que a corrida entre os dois é a segunda mais cara do país para este ciclo eleitoral, acumulando 26 milhões de dólares em doações. Cummings, que é professor em uma escola no Bronx e ex-policial, arrecadou a menor parte do montante, pouco menos de 10 milhões de dólares.
Tom Doherty, um estrategista do Partido Republicano, afirmou ao New York Times que a arrecadação massiva de Cummings veio que pessoas que estão dispostas a investir numa derrota de AOC, como é conhecida a congressista. "Eu garanto que 75% dos contribuidores dele não sabem nada sobre ele", disse.
A franca favorita para levar a cadeira no Congresso, AOC, como é conhecida, arrecadou expressivos 17 milhões de dólares. Ela é conhecida por sua participação nas redes sociais e carisma em questionamentos na Câmara dos Representantes. Ocasio-Cortez também tem uma plataforma mais alinhada com social-democracia de Bernie Sanders, e dividiu politicamente o eleitorado americano.
Ela é uma notória defensora de educação superior gratuita, abolição de políticas restritivas à imigração e da elaboração de um pacote de investimentos com consciênica ambiental, chamado Green New Deal, que prevê investimento trilionários pelo governo em geração de empregos e infraestrutura.
Para tentar levar essa disputa apertada, Cummings afirmou ao New York Times que irá continuar fazendo campanha nas ruas e acredita que pode alavancar sua campanha na polarização de AOC.