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Rede elétrica inteligente custará bilhões, mas poupará trilhões

Custo de 476 bilhões de dólares em 20 anos pode gerar uma economia de energia e benefícios estimados em 2 trilhões de dólares

IBM, General Electric, ABB, Siemens, Google, Toshiba, Cisco e Microsoft concorrem para oferecer infraestrutura para as redes "inteligentes" de energia (Ibagli/Wikimedia Commons)

IBM, General Electric, ABB, Siemens, Google, Toshiba, Cisco e Microsoft concorrem para oferecer infraestrutura para as redes "inteligentes" de energia (Ibagli/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 15h00.

Nova York - A modernização planejada para a rede nacional de energia dos Estados Unidos pode custar até 476 bilhões de dólares em 20 anos, mas oferecerá 2 trilhões de dólares em benefícios aos consumidores ao longo do período, de acordo com especialistas setoriais.

A rede elétrica dita "inteligente" economizará energia, reduzirá custos e propiciará maior confiabilidade ao distribuir eletricidade dos fornecedores aos consumidores com ajuda de comunicação de dados bidirecional que permitirá o controle de eletrodomésticos, o carregamento de veículos elétricos e o uso de fluxos de energia de fontes renováveis nos lares dos usuários.

"A implementação da rede inteligente é um processo contínuo. À medida que novas tecnologias sejam desenvolvidas e ganhem em custo/benefício, poderão ser usadas para encontrar a forma mais efetiva de equiparar oferta e procura", disse Matt Wakefield, gerente do programa de redes elétricas inteligentes do Electric Power Research Institute (EPRI), em entrevista coletiva.

Para tornar o sistema elétrico do futuro uma realidade, o EPRI, uma organização sem fins lucrativos para a pesquisa e desenvolvimento de tecnologia elétrica, afirmou que as empresas de energia precisam investir entre 17 bilhões e 24 bilhões de dólares ao ano ao longo das duas próximas décadas. Boa parte desse custo será repassado ao consumidor.

"Precisamos informar aos usuários de energia que o sistema elétrico será melhorado e resultará em custos menores, mesmo que não encontrem queda imediata em suas contas de luz", disse Clark Gellings, pesquisador do EPRI.

Por volta de 2050, o EPRI estimou que a conta de luz média provavelmente subirá 50 por cento, caso a rede inteligente seja adotada. Em caso contrário, a conta média pode subir em quase 400 por cento.

Algumas das maiores empresas mundiais de tecnologia estão concorrendo para fornecer infraestrutura às redes elétricas inteligentes, entre as quais IBM, General Electric, ABB, Siemens, Google, Toshiba, Cisco e Microsoft.

Na semana passada, a multinacional japonesa Toshiba fechou acordo para adquirir o grupo suíço de redes elétricas inteligentes Landis+Gyr por 2,3 bilhões de dólares.

Além das próprias gigantes da tecnologia, todos os tipos de empresas nas indústrias de energia, eletrodomésticos e automotiva poderão usar a rede inteligente para interagir com os consumidores.


A rede de distribuição dos Estados Unidos não foi projetada para atender às necessidades de um mercado elétrico reestruturado, demandas cada vez maiores de uma sociedade digital ou para o uso crescente de produção de energia renovável.

A rede elétrica norte-americana atualmente consiste basicamente por grandes usinas geradoras de energia térmica a carvão e a gás e nuclear conectadas a redes locais de distribuição de alta voltagem.

Os EUA conseguem cerca de 46 por cento de sua energia do carvão, 21 por cento de gás natural e 20 por cento de usinas nucleares. Usinas de geração renovável como eólicas e solares geram menos de 5 por cento do total, segundo dados do governo federal.

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