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Recuperação de países da OCDE cresce, mas dívida preocupa

Organização espera crescimento de 2,7% do PIB dos desenvolvidos em 2010 e pede cortes orçamentários contra a dívida soberana

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2010 às 14h33.

Paris - A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE) revisou em alta nesta quarta-feira suas estimativas de crescimento nos países desenvolvidos, onde espera agora um aumento do PIB de 2,7% em 2010 e 2,8% em 2011, apesar de advertir que a dívida pública na Europa aumenta os riscos que existem sobre a economia mundial.

As previsões anteriores para os 31 países democráticos mais ricos do mundo eram de 1,9% para 2010 e 2,5% para 2011.

Em 2009, o PIB dos países OCDE se contraiu 3,3%.

"O crescimento volta à zona da OCDE em ritmos diferentes, segundo as regiões, e parecem mais dinâmicos", afirma a organização em suas novas projeções publicadas na quarta-feira, em Paris.

No entanto, adverte de imediato que a crise de desconfiança que atravessa a zona euro demonstra que "o período de grande instabilidade financeira que começou em agosto de 2007 ainda não terminou".

"A nova relativamente promissora se apoia no dinamismo do crescimento dos países emergentes", em particular da Ásia.

A recuperação nos Estados Unidos e na zona euro será melhor que o esperado, mas o crescimento americano (+3,2% por ano em 2010 e 2011) superará claramente o dos países da Eurozona (+1,2% em 2010 e +1,8% em 2011), segundo as previsões.


As previsões anteriores da OCDE para os Estados Unidos eram de um crescimento de 2,5% e 2,8% para 2010 e 2011, respectivamente.

Na zona euro, as previsões anteriores falavam de um crescimento de 0,9% em 2010, e de 1,7% em 2011.

O economista-chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, afirma que "os riscos sobre a reativação mundial são mais elevados hoje em dia devido à instabilidade dos mercados da dívida soberana", assim como à nova emergência de "desequilíbrios mundiais".

O recente debate sobre o momento adequado para retirar as medidas excepcionais de apoio orçamentário parece resolvido e, segundo a OCDE, deverão ser suprimidas "a partir de agora ou até o fim de 2011 no mais tardar".

A nova situação exige a "aplicação de programas de ajuste estrutural", em particular para a zona euro, apesar de também para o Japão, o país mais endividado, que requer um plano de saneamento das finanças públicas concreto e preciso.

Segundo o documento, os planos de ajuste começam a afetar o crescimento de alguns países da Eurozona, com perspectivas morosas na Grécia, Espanha e Portugal.

Para a OCDE, as "fragilidades fundamentais" da zona euro subsistem e a solução para elas seria obtida a partir de uma melhoria de sua arquitetura institucional e a criação de uma "união orçamentária", afirmou Pier Carlo Padoan.

Por último, o outro risco que paira sobre a reativação é o ressurgimento dos "desequilíbrios mundiais", que volta a aumentar especialmente por causa da expansão da economia chinesa.


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