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Recordes de casos de covid na Europa aumentam debate sobre dose de reforço

O ECDC, agência de saúde pública da União Europeia, recomendou vacinas de reforço para todos os adultos, priorizando aqueles de mais de 40 anos

Centro de testagem em Berlim, na Alemanha.  (Tobias SCHWARZ/AFP)

Centro de testagem em Berlim, na Alemanha. (Tobias SCHWARZ/AFP)

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Reuters

Publicado em 24 de novembro de 2021 às 16h10.

Última atualização em 24 de novembro de 2021 às 16h17.

As infecções de coronavírus quebraram recordes em partes da Europa nesta quarta-feira e o continente voltou a ser o epicentro de uma pandemia que provoca novas restrições à circulação e faz especialistas de saúde repensarem as doses de reforço de vacinas.

Eslováquia, República Tcheca, Holanda e Hungria relataram novas altas de infecções diárias agora que o frio se instaura na Europa e as pessoas se reúnem em ambientes fechados na iminência do Natal, proporcionando um terreno fértil perfeito para a covid-19.

A doença varre o mundo desde que foi identificada no centro da China há dois anos, já tendo infectado mais de 258 milhões de pessoas e matado 5,4 milhões.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças Europeu (ECDC), a agência de saúde pública da União Europeia, recomendou vacinas de reforço para todos os adultos, priorizando aqueles de mais de 40 anos. Trata-se de uma grande mudança na diretriz anterior da entidade, que sugeria que as doses adicionais deveriam ser cogitadas para pessoas com sistemas imunológicos debilitados e mais velhas e frágeis.

"Indícios disponíveis emergindo de Israel e do Reino Unido mostram um aumento considerável de proteção contra infecções e doenças graves após uma dose de reforço em todas as faixas etárias no curto prazo", disse o ECDC em um relatório publicado nesta quarta-feira.

Muitos países da UE já começam a dar doses de reforço às suas populações, mas estão usando critérios diferentes para priorizar e intervalos diferentes entre as primeiras vacinas e os reforços.

A chefe da ECDC, Andrea Ammon, disse que os reforços aumentariam a proteção contra infecções provocadas pela imunidade em declínio e que "têm potencial para diminuir a transmissão na população e evitar hospitalizações e mortes adicionais".

Ela aconselhou países com níveis baixos de vacinação a acelerar a distribuição de vacinas e alertou para os riscos altos de um novo pico de hospitalizações e mortes na Europa em dezembro e janeiro se as medidas recomendadas não forem adotadas.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reconheceu que a Europa voltou a ser o epicentro de pandemia e alertou para uma "sensação falsa de segurança" em relação à proteção oferecida pelas vacinas.

"Nenhum país está fora de perigo", disse ele aos repórteres, acrescentando que espera que se chegue a um consenso em uma reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) na semana que vem que analisará uma dispensa de propriedade intelectual para vacinas pandêmicas, algo já apoiado por mais de 100 países.

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