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Prejuizo nas Filipinas após tufão ascende a US$ 8,2 bi

Crescente custo de reconstrução das áreas devastadas por um tufão põe em perigo a meta de déficit orçamentário do país do sudeste asiático

Garoto sentado sobre uma mensagem de pedido de ajuda em uma área atingida pelo tufão Haiyan, em Palo, nas Filipinas (John Javellana/Reuters)

Garoto sentado sobre uma mensagem de pedido de ajuda em uma área atingida pelo tufão Haiyan, em Palo, nas Filipinas (John Javellana/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 16h37.

Manila/Tacloban - O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, prometeu mais US$ 25 milhões em ajuda adicional às Filipinas, porque o crescente custo de reconstrução das áreas devastadas por um tufão põe em perigo a meta de déficit orçamentário do país do sudeste asiático.

“Nunca tinha visto esse tipo de devastação”, disse Kerry ontem em uma visita a Tacloban, a cidade mais afetada pelo supertufão Haiyan, no grupo de ilhas Visayas. Ontem, a agência de planejamento econômico das Filipinas disse que estima que o custo da reconstrução seja de 361 bilhões de pesos filipinos (US$ 8,2 bilhões).

O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, está procurando obter mais ajuda dos doadores internacionais para reduzir a tensão sobre as finanças públicas. Os funcionários estimam que a reconstrução possa engrossar o déficit orçamentário, superando a meta de 2 por cento do PIB nos próximos dois anos. O governo disse que a reconstrução ajudará a impulsionar uma economia que está crescendo no menor ritmo em mais de um ano.

“Os investidores darão as boas-vindas para esta atitude de gastos mais agressivos para reconstruir rapidamente as áreas afetadas e apoiar o crescimento”, disse Emilio Neri, economista no Banco das Ilhas Filipinas, em Manila. “Estimamos uma pressão muito leve sobre os rendimentos dos títulos para que subam desde que a razão entre déficit e o PIB não supere 4 por cento”.

Demanda de telecomunicações

Haiyan atingiu o país em 8 de novembro, devastando fazendas, cidades e estradas e matando a mais de 6.000 pessoas, segundo a agência nacional de desastres. A Globe Telecom Inc., a segunda maior companhia de telecomunicações do país, disse ontem que o crescimento da receita neste trimestre poderia ser afetado por uma redução na demanda, pois os assinantes nas províncias afetadas pela tormenta reduziram gastos.


As áreas afetadas pelo tufão representam aproximadamente 17,4 por cento do PIB do país, segundo estimativas do governo. Os prejuízos causados pelo Haiyan poderiam reduzir o crescimento do PIB em 0,3 ponto porcentual em 2013 e 2014, disse a agência de planejamento econômico.

O Banco Mundial ofereceu quase US$ 1 bilhão em ajuda às Filipinas, e o Banco de Desenvolvimento da Ásia prometeu cerca de US$ 900 milhões em empréstimos e subvenções. Os EUA comprometeram mais de US$ 86 milhões e a União Europeia prometeu 428 milhões de euros (US$ 590 milhões).

Construir ‘melhor’

Estima-se que o gasto público para a reconstrução em 2013 e 2014 chegue a 125,1 bilhões de pesos, disse a agência de planejamento econômico. Os prejuízos totais foram estimados inicialmente em 571,1 bilhões de pesos.

“Aproveitaremos essa oportunidade não apenas de reconstruir o que foi destruído, mas, mais importante, de construí-lo melhor de novo”, disse ontem Aquino. A reconstrução poderia estar pronta até 2017, disse Aquino.

O PIB subiu 7 por cento frente há um ano nos três meses finalizados em setembro, comparado a um ganho de 7,6 por cento no trimestre anterior. O governo manterá sua meta de expansão dentre 6,5 e 7,5 por cento para 2014, disse nesta semana o Secretário de Planejamento Econômico, Arsenio Balisacan.

Neste ano, as Filipinas ganharam sua primeira nota de crédito com grau de investimento do Moody’s Investors Service, da Fitch Ratings e da Standard Poor’s graças a que Aquino aumentou a receita e reduziu o déficit orçamentário depois que este registrou um recorde em 2010.

“Se o governo possibilitar que às comunidades nas áreas afetadas reconstruam suas vidas e aumentem a produção nos próximos anos, eu não acredito que um leve aumento no déficit diminua a confiança dos investidores”, disse Michael Wan, economista do Credit Suisse Group AG sediado na Cingapura.

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