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Reclusão de Assange põe Reino Unido sob pressão externa

Segundo a imprensa britânica, a "briga" diplomática prosseguirá nesta semana com a reunião da OEA


	Assange discursa na varanda da embaixada do Equador em Londres: o Equador exige de Londres um salvo-conduto para que ele saia do país, o que as autoridades negam
 (Carl Court/AFP)

Assange discursa na varanda da embaixada do Equador em Londres: o Equador exige de Londres um salvo-conduto para que ele saia do país, o que as autoridades negam (Carl Court/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2012 às 11h18.

Londres - O confinamento de Julian Assange na embaixada equatoriana de Londres, que pode se prolongar por tempo indeterminado, coloca a Grã-Bretanha sob pressão internacional devido à solidariedade dos países sul-americanos com o Equador, "uma briga" diplomática, segundo a imprensa britânica, que prosseguirá nesta semana com a reunião da OEA em Washington.

"Assange mira nos Estados Unidos e a briga se intensifica", era a manchete nesta segunda-feira do The Guardian, destacando a dimensão internacional do caso.

Segundo o jornal, o australiano "advertiu implicitamente a Grã-Bretanha que qualquer disputa com o Equador pode se converter em um conflito com toda a região".

Em seu editorial, o The Guardian é muito crítico com o discurso de Assange e lembra que a principal razão de seu confinamento é evitar responder às alegações da justiça sueca sobre um suposto crime sexual.

"O senhor Assange não enfrenta um julgamento público sobre o jornalismo do WikiLeaks, mas está se esquivando de alegações de estupro. Confundir as duas coisas não faz nenhum favor à organização que criou, que fez um trabalho muito bom", assegura o The Guardian.

O The Independent também lamentou que o fundador do WikiLeaks não tenha mencionado os supostos crimes sexuais pelos quais ele é requerido pela Suécia e assegurou que, caso seu objetivo fosse realmente lutar pela liberdade de expressão, "não haveria centenas, e sim milhares de seguidores" em frente à embaixada.

Mas a imprensa destaca, principalmente, a dimensão diplomática do caso e até geopolítica. O conservador The Times não hesitou em dedicar uma página dupla ao "histórico em direitos humanos dos novos amigos de Assange", com trechos de relatórios de ONGs, como Anistia Internacional ou Repórteres Sem Fronteiras, sobre vários países latino-americanos, entre eles o próprio Equador.

O próximo passo na batalha diplomática será a reunião, na sexta-feira em Washington, da Organização dos Estados Americanos (OEA), que deve se pronunciar sobre o caso Assange.

No domingo, os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) reafirmaram em Guayaquil "sua solidariedade" com o Equador, um dia após o respaldo da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), acrescentando um pouco mais de pressão às autoridades britânicas.


Em Londres, a situação de Julian Assange, o fundador do site WikiLeaks que vazou milhares de documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos, parece estancada dois meses depois de ter se refugiado na embaixada fugindo da justiça britânica, que se preparava para extraditá-lo à Suécia.

"Não é pior que a cela de uma prisão, está claro, principalmente porque pode utilizar um computador e internet. Pode trabalhar e esta é sua principal preocupação", disse nesta segunda-feira à AFP Vaughan Smith, um ex-oficial do exército que acolheu Assange em sua casa quando estava em prisão domiciliar.

Sua reclusão na embaixada pode se estender enquanto as autoridades suecas continuam exigindo sua presença para interrogá-lo por um suposto crime sexual. Assange teme que, uma vez no país, seja extraditado aos Estados Unidos e julgado por revelação de segredos.

No domingo, o australiano fez sua primeira aparição pública, dois meses depois de ter entrado na embaixada, da qual não pode sair, sob o risco de ser preso pelos agentes da polícia que vigiam o edifício dia e noite, e pediu aos Estados Unidos que parem com sua "caça às bruxas".

O Equador exige de Londres um salvo-conduto para que Assange saia do país, algo que, por enquanto, as autoridades negam.

O advogado do fundador do WikiLeaks, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, lembrou no domingo que o primeiro objetivo de sua defesa é receber uma resposta "formal" britânica ao pedido de salvo-conduto.

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