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Rebelião civil pode derrubar Kim Jong-Un, diz desertor

O depoimento do desertor norte-coreano ocorre em um momento de tensões crescentes pelos testes nucleares e de mísseis do país

Kim Jong-Un: "há mudanças grandes e inesperadas na Coreia do Norte", disse Thae Yong-Ho (KCNA/Reuters)

Kim Jong-Un: "há mudanças grandes e inesperadas na Coreia do Norte", disse Thae Yong-Ho (KCNA/Reuters)

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AFP

Publicado em 1 de novembro de 2017 às 21h48.

Última atualização em 1 de novembro de 2017 às 21h54.

Um desertor norte-coreano declarou ao Congresso americano nesta quarta-feira (1) que uma rebelião em seu país poderia provocar o colapso do regime de Kim Jong-Un, ao mesmo tempo em que advertiu contra uma intervenção militar estrangeira.

"Embora na superfície Kim Jong-Un pareça ter consolidado seu poder através deste reino do terror, simultaneamente há mudanças grandes e inesperadas na Coreia do Norte", disse Thae Yong-Ho, um dos mais altos funcionários a desertar recentemente.

O ex-vice-embaixador no Reino Unido, que fugiu para a Coreia do Sul em 2016, explicou à comissão de Assuntos Exteriores da Câmara baixa americana que "o livre mercado está florescendo" na Coreia do Norte, prevendo que os norte-coreanos estão deixando de lado o sistema econômico estatal.

O depoimento de Thae ocorre em um momento de tensões crescentes entre os países ocidentais e Pyongyang por seus testes nucleares e de mísseis.

O ex-diplomata disse que milhões de funcionários públicos e militares norte-coreanos dependem de "subornos e malversação de bens públicos" para sobreviver e que os cidadãos burlam a propaganda estatal vendo filmes sul-coreanos ilegais, debilitando o controle do regime.

"Estas mudanças (...) tornam mais possível pensar em uma rebelião civil na Coreia do Norte, enquanto mais e mais pessoas se informam gradativamente sobre a realidade de suas condições de vida", disse.

Perante os legisladores, Thae pediu para continuar os esforços para contrabalançar a propaganda oficial na Coreia do Norte, mas advertiu para um conflito militar.

"É necessário reconsiderar se abordamos todas as opções não militares antes de decidir que a ação militar contra a Coreia do Norte é tudo o que nos resta", disse.

"Devemos ver o sacrifício humano desta opção militar", acrescentou.

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