Rebeldes enfrentam as forças do regime sírio: a nova instituição seria independente de todas as correntes ideológicas e políticas e terá uma hierarquia militar (Aris Messinis/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2012 às 16h55.
Cairo - Os rebeldes sírios preparam a formação de um corpo militar "profissional e unificado" para derrubar o atual regime sírio e garantir a segurança após sua queda, informou nesta quarta-feira à Agência Efe o general desertor Mohammed Hussein.
Em conversa telefônica, o comandante explicou que dirigentes de vários grupos da insurgência se reuniram nos últimos dias na cidade turca de Antioquia para chegar a um acordo sobre a criação do Exército Nacional Sírio (ENS), que substituirá o atual Exército Livre Sírio (ELS).
Segundo Hussein, que está na Jordânia, a organização incluirá todos os componentes da luta armada síria, dentro e fora do país, sejam soldados desertores ou civis armados.
Hussein destacou, além disso, que o ENS terá como objetivos derrubar o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, e manter a estabilidade e a segurança no país após sua queda.
Além disso, apontou que a nova instituição será independente de todas as correntes ideológicas e políticas e terá uma hierarquia militar.
"Podemos aceitar trabalhar sob um organismo político opositor, mas com a condição de que todas as correntes se unam em um só grupo", ressaltou.
Hussein afirmou que a intenção é que o exército esteja submetido ao poder político, ao contrário do que ocorreu nas últimas décadas na Síria, quando os militares controlaram o país.
Já o dirigente do ELS, major Sami Kurdi, assegurou à Agência Efe por telefone que mais de cem oficiais desertores participaram das consultas realizadas na Turquia para unificar e estruturar o exército rebelde.
Kurdi explicou que a grande maioria dos grupos desertores decidiram se agrupar sob esse novo comando armado, mas não deu maiores detalhes sobre a operação.
Na atualidade, o Exército Livre Sírio, formado por desertores e civis, cuja cúpula se encontra na Turquia, e milícias armadas independentes combatem o regime de Assad.